Entrevista realizada no dia 16 de novembro de 2012 em nome do site italiano www.italiainmusica.com E sobre o funk experimental (também vocal experimental) que ouvimos em Peep? Vocês mudaram suas atitudes ou só mudaram seu caminho para a música? Lauri: Quando gravamos Peep estávamos apenas começando na música, e aquilo foi apenas para tocar alguma coisa muito rápido. Foi principalmente sobre a energia, não tanto sobre a melodia ou o humor. É por isso que tocávamos funk e ouvíamos Red Hot Chili Peppers, Supergroove e este tipo de bandas; em seguida, mais tarde, começamos a gostar de coisas diferentes e isso foi lentamente influenciando a música que fazemos agora. Aki: Eu acho que a grande mudança foi em 1999, quando eu entrei na banda, e o foco depois disso foi mais sobre a melodia, eu acho. Quando tocam em versão acústica vocês parecem como o The Eagles em Hotel California... Estou brincando, mas eu acho que seus covers acústicos são muito legais. Por que vocês não organizam uma turnê acústica? Lauri: Nós tocamos uma turnê acústica na Alemanha no Hard Rock Cafe em 2008, na verdade nós temos boas lembranças disso. Foi muito bom tocar apenas acústico, porque eu acho que é muito relaxado e podemos falar mais com o público, é mais interativo do que tocar alto o tempo todo. É possível que façamos isso um dia, e isso também é mais espontânea e mais descuidado, não é uma má ideia. Por que vocês não tocam teclado na parte acústica dos shows, como em 2004? Lauri: Na verdade nós pensamos nisso para esta turnê mas, antes de tudo, eu não tinha o teclado certo, eu tenho o grande, que pesa cerca de 25 quilos, e eu não quero carregá-lo (risos). É diferente se quisermos fazer uma turnê acústica um dia, e eu tenho visões já agora para tocar como Tori Amos (cantora e pianista norte-americana), em algum tipo de versão de "No Fear", realmente como um versão melancólica de canções de rock, seria ótimo. Aki: Ele é um pianista muito bom, eu gosto de seu estilo, você deve fazer isso (falando com Lauri). A sua música aumentou a cena musical finlandesa? Aki: Absolutamente, nós temos uma cena musical muito ampla na Finlândia, temos um monte de bandas ótimas como Apocalyptica, HIM e Sunrise Avenue. Além disso, o sistema escolar está apoiando as bandas e há baterias e guitarras em cada escola e você pode experimentar diferentes instrumentos. Talvez por isso haja bandas tão boas lá, por exemplo aqui na Itália não existe algo parecido. Aki: Mas vocês jogam futebol, nós tocamos música, porque quando há um monte de neve nós ficamos dentro de casa e devemos fazer algo que vocês também podem realmente fazer. Lauri: E Dead Letters é o álbum mais vendido na história da Finlândia e também o álbum finlandês mais vendido no mundo, definitivamente isso leva a música finlandesa a todos, e as pessoas estão interessadas primeiro sobre a nossa banda e então eles jogam no Google "The Rasmus" isso os leva à outra bandas; isso foi também muito útil para nós no começo, estar em turnê com HIM, obter algum apoio deles para começar. Por que o primeiro título do último álbum era "Kissa ja Hiiri" (literalmente, gato e rato)? Lauri: Na verdade tivemos um riff de guitarra e soou como um gato que estava correndo atrás de um rato, por isso se chamaria "Kissa ja hiiri". Aki: Eu acho que cometemos um grande erro quando escolhemos "The Rasmus" como o título do álbum, deveria ser "The Rasmus Kissa ja Hiiri". Lauri: Sim, deveria ser, e secretamente ele é. Aki: E não conte a ninguém! O setlist dos shows desta turnê é quase sempre o mesmo, por que vocês não tocam mais músicas diferentes? Aki: Nós só tocamos as músicas que gostamos. Lauri: Nós tentamos tocar pelo menos uma música diferente a cada noite. Por que "Mysteria" soa mais como o álbum solo do Lauri do que como o estilo do The Rasmus? Lauri: Parece porque ela tem um acabamento techno, mas é apenas um single, não um novo estilo do The Rasmus nem nada, só queríamos fazer uma música como essa, e vamos ver como podemos continuar a partir daqui. Estamos pensando em ter uma pequena pausa no próximo ano, mas também ao mesmo tempo que é bom estar nesta turnê, nós temos falado sobre o próximo álbum, de como ele deveria ser e em que estado de espírito vamos estar, e talvez ele leve uns dois anos para estar pronto, ou até mais. Estamos bastante críticos sobre o que vamos lançar, então talvez possamos ter escrito 35 canções e, em seguida, 10 são lançadas, mas normalmente essas ideias ficam no fundo de nossas mentes e, talvez, venham a ser algo mais depois, e talvez não seja o momento certo para que elas estejam no álbum. Por vezes, as canções se desenvolvem por mais de 10 anos. Em abril passado, com o lançamento de "The Rasmus", vocês disseram muitas vezes que não iriam mais esperar tanto tempo entre o lançamento de um álbum e outro, então porque agora vocês decidiram fazer uma pausa? Aki: No início do próximo ano vamos fazer alguns shows na América Latina e no próximo outono Lauri vai lançar seu segundo álbum solo, por isso é natural ter uma pausa com o The Rasmus, e também temos de fazer as canções, não podemos fazer as canções e gravá-las em turnê, por isso é bom ter uma pausa para uma folga. Lauri: Sim, porque se dissermos que estamos disponíveis seremos solicitados para shows, e assim não haveria foco para escrever o novo material, então é melhor nos retirar e voltar com um novo álbum e uma nova turnê. Em cada álbum há pelo menos uma canção que fala sobre a esperança para o futuro, vocês realmente acham que há algum tipo de luz no fim do túnel? Lauri: Claro, nós somos caras bastante otimistas. Aki: Nós somos caras realmente positivos, às vezes não parece, mas temos um ótimo senso de humor e, no final, somos pessoas extremamente positivas. Lauri: Eu acho que falamos sobre todo o tipo de coisas trágicas e cantamos sobre elas, e realmente nos aprofundamos nelas, mas de alguma forma dentro de nós achamos que podemos superar estas coisas. Tradução inglês-português: Misael Beskow Fonte: The Rasmus Hellofasite Postado por Misael Beskow, em 23 de dezembro de 2012
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The Rasmus no Orion Club - Roma, 17/11/12 Aqui está a tradução na íntegra de uma entrevista realizada com Pauli e Eero pelo site italiano LoudVision, por ocasião do show do The Rasmus em Roma no dia 17 de novembro. Agradecimentos especiais ao The Rasmus Hellofasite pela tradução do artigo para o inglês. Chegamos em frente ao Orion Club (local do show) já lotado e depois de um tempo fomos recebidos por Mikko, o empresário da banda, que nos levou para o camarim onde Pauli e Eero estavam esperando por nós. Eles nos disseram que acharam Roma realmente bonita no pequeno passeio que fizeram na parte da manhã. Depois de um breve bate-papo começamos a entrevista. O álbum "The Rasmus" já alcançou o disco de ouro e a canção "Mysteria", incluída na reedição do álbum, está tendo o mesmo sucesso. Como vocês vivem este momento de grande prestígio, tanto na Itália quanto no resto da Europa? Pauli: Eu acho que o álbum ainda não foi lançado na Itália, certo? Ainda não, mas os fãs tiveram a oportunidade de ouví-lo no YouTube, onde há seus vídeos ao vivo. Além disso, se eu não me engano, ele está à venda também pelo iTunes. Pauli: Bem, isso é ótimo. Há algumas músicas que as pessoas não podiam ouvir. Em alguns países o álbum ainda não foi lançado, como na Itália, mas eu acho que isso vai acontecer em breve. É por isso que ainda há muito trabalho a fazer. Vocês acham que irão continuar a turnê com mais shows na Itália após o lançamento do álbum? Pauli: Eu acho que não, pelo menos para este ano, no futuro vamos ver. Para o momento nós vamos tomar um descanso. Falando sobre "Mysteria". Eu sei que fala sobre o futuro da humanidade e que nasceu durante a turnê de primavera (hemisfério norte). Existe algum evento especial que inspirou vocês ou ela foi inspirada pelo que está acontecendo no mundo inteiro? Eero: Durante a turnê de primavera tivemos a sensação de que não tínhamos muitas músicas rápidas e que seria bom fazer uma nova canção, como uma dedicação aos nossos fãs que vêm aos shows da primavera, mas também para os nossos fãs como um todo. No entanto, no verão nós tocamos alguns shows não programados... Pauli tinha algumas músicas boas e Lauri também, por isso começamos a misturá-las e pensamos "sim, isso vai ser uma canção e ela vai ser algo diferente do que já tínhamos feito". Eu acho que a novidade foi a ideia base... mas depois na demo soava como algo que eu já tinha ouvido nove meses antes e, como você sabe, nove meses são necessários para um bebê nascer, eu não sei... talvez isso é o que nos fez pensar em uma menina, e é daí que o nome "Mysteria" veio, como apenas um nome de menina. Vocês gravaram seus primeiros álbuns com a Warner Music, depois vocês mudaram-se para a independente Playground Music e, em seguida, chegaram ao seu mais recente álbum que foi produzido com a sua própria gravadora, a Dynasty Recordings. Vocês encontraram alguma dificuldade na distribuição do seu novo álbum? Pauli: O tema é muito amplo! Sim, é verdade que nós auto-produzimos nosso novo álbum e estamos distribuindo-o com as gravadoras. Eu acho que não na Itália no momento, mas lançamos em alguns outros países. É preciso muito trabalho para encontrar as pessoas certas para trabalhar. Na Itália novos talentos e bandas emergentes encontram muitas dificuldades para serem notadas e para lançar um álbum, algo que é mais fácil em países como a Alemanha ou o Reino Unido. O que vocês pensam sobre isso? Pauli e Eero: Pessoalmente, eu acho que se você é um novo talento e você quiser chegar à frente, tudo o que você precisa é apenas boas músicas e bons shows. Começamos assim também, tocando ao vivo muitas vezes, talvez centenas de vezes, e quando você faz tantos shows você começa a se tornar algo e ter um papel, a fazer um nome. É certamente muito difícil, não é como dizer: "Ei, eu tenho um CD, por favor distribua". Há um álbum de vocês que vocês podem dizer que lhes representa? Pauli: Certamente "Dead Letters" representa tudo o que somos e como as pessoas em muitos países nos conheceram. Se um álbum é bem sucedido é porque mostra o verdadeiro caráter da banda. No passado vocês já trabalharam com artistas importantes como Ville Valo e Apocalyptica. Se vocês pudessem escolher um artista para trabalhar em conjunto, mesmo fora do cenário musical, quem vocês escolheriam e por quê? Pauli: Isso é interessante... Eu acho que eu gostaria de trabalhar com Skrillex. E você Eero? Eero: Eu nunca pensei sobre isso... Eu gosto muito de Hayao Myazaki e eu gostaria muito de trabalhar com ele, mesmo que eu não tenha uma ideia particular de que tipo de colaboração seria. Vocês escreveram algumas músicas em finlandês, mesmo sendo a maioria de suas letras em inglês. Qual é a dificuldade em adaptar a melodia para uma língua em vez de outra? Pauli: Eu acho que escrever canções em inglês é mais fácil, porque você tem que prestar muita atenção com o finlandês. Por causa do ritmo? Pauli: Sim, digamos que com o finlandês seja mais fácil fazer uma música soar muito estúpida por causa da própria língua, enquanto em inglês você pode dizer o maior lixo e mesmo assim soaria muito legal. Mas esta é a minha opinião. Geralmente, como nascem as suas canções? Pauli: Essa é uma pergunta que você tem que fazer para o Lauri, ele compõe todas as canções do The Rasmus. Para esta turnê tem sido feito um meet & greet que lhes permitem conhecer melhor os seus fãs. O que essa experiência lhes trouxe? Pauli: É ótimo porque você conhece a opinião e desejos dos fãs sobre a nossa música. Saber essas coisas é realmente lindo porque você pode trocar ideias com outras pessoas, apesar de que temos nossa opinião sobre a nossa música. Vocês acham que esse conhecimento será útil no desenvolvimento de quaisquer projetos futuros? Pauli: Claro. Compartilhar ideias com outras pessoas enriquece você mesmo e é a base do ser humano. Sua banda formou-se quando vocês ainda eram estudantes, exceto Aki que fazia parte da equipe. Como vocês se conheceram e como o projeto "Rasmus" começou? Pauli: Como você já disse nós éramos colegas de classe e tocamos juntos na escola e às vezes na garagem dos meus pais. Como vocês deram a conhecer a sua música para as gravadoras? Pauli: Quando fazíamos shows costumávamos imprimir cartazes e no início nós os enviávamos (para as gravadoras). Então, gravamos uma demo e enviamos para as rádios. Quando as rádios começaram a tocar nossas músicas fomos contatados por algumas gravadoras. Então, eu posso dizer que foi um golpe de sorte. Há algum cantor italiano ou banda que vocês gostam? Eero: Zucchero, Ramazzotti, Laura Pausini... mas principalmente Zucchero. Pauli: Laura Pausini tem uma voz linda e é também uma bela mulher. Agora temos que ser um pouco maldosos. Alguns artigos acusam vocês de serem muito pop e os rotulam como uma banda que faz música apenas para adolescentes. O que vocês podem dizer sobre isso? Pauli: Não nos importamos com essas coisas, todo mundo tem seus gostos e nós gostamos de pop. Então, a nossa música pode ser apreciada ou não independentemente da idade. Vocês querem dizer algo para seus fãs italianos? Pauli e Eero: Nós amamos vocês!!! Tradução inglês-português: Misael Beskow Fonte: www.loudvision.it Postado por Misael Beskow, em 07 de dezembro de 2012 |
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