No final de fevereiro, o The Rasmus foi coroado o vencedor do concurso Uuden Musiikin Kilpailu (UMK), e com isso a banda foi escolhida para representar a Finlândia no festival Eurovision, em Turim, em maio! Abaixo segue um resumo traduzido das principais informações sobre isso que saíram na mídia no mês de março e de como a banda está se preparando para o Eurovision ;D
Logo após vencer o UMK, a banda agradeceu ao público finlandês pela vitória:
"Conseguimos! Estamos muito felizes. Foi uma competição super difícil, todas as outras músicas foram muito boas", disse o Lauri. "Estávamos nos preparando muito para isso por seis meses. Estamos realmente emocionados e honrados e vamos trabalhar como loucos para representar a Finlândia da melhor maneira em Turim". "Nós sentamos naquela mesa na sala verde, e a banda estava prestes a desmoronar sob aquela pressão psicológica", lembrou o Eero. "Foi bastante tenso", acrescentou a Emppu. "Gostaríamos de enviar um grande balde de amor e gratidão a todos na Finlândia que votaram. Muito obrigado!", disse o Aki. "Isso é simplesmente incrível", disse Lars Tengroth, A&R da banda na Playground Music. "Nós assinamos com a banda logo quando nossa gravadora começou em 1999, e agora temos nossa primeira entrada no Eurovision juntos. Estou muito feliz pela banda e os amo com todo o meu coração. Eles merecem totalmente essa vitória depois de muito trabalho duro, não é que de repente eles tiveram sorte. Isso realmente mostra que persistência mais talento é igual a sorte!"
No dia seguinte à final, o quarteto disse que já haviam se recuperado da festa da vitória que durou até às 5 da manhã. A noite foi bem agitada junto com familiares e os campeões do UMK do ano passado, a banda Blind Channel:
"Após a final, nos abraçamos com nossos concorrentes e sentimos o quão incríveis eram todos os artistas. Depois da festa de manhã, fui ao meu quarto de hotel para fazer uma música nova, quando a inspiração estava no auge", disse o Lauri com energia. "Trabalhamos nisso todos os dias por meio ano, então a única ideia era que tínhamos que vencer", resumiu a banda. Lauri seguiu para Nashville pelo resto da semana, onde a composição continuou com o músico Desmond Child. Apesar do The Rasmus ter obtido uma vitória clara em termos de votos do público e do júri internacional, alguns telespectadores acharam injusto em decorrência da banda já ter conquistando amplamente uma grande base de fãs. Eles, no entanto, ficaram surpresos com as críticas: "Não ganhamos apenas com os pontos do júri internacional, seria uma outra coisa. Tivemos também o apoio do público finlandês. Foi uma votação e claramente fomos eleitos pelos telespectadores, o que é uma grande honra para nós", comentou a banda. "Devemos também lembrar que não estivemos na Finlândia nos últimos anos". O quarteto garantiu que não considerou a vitória como certa. Segundo eles, até a posição de favoritos é pesada e enganosa, e não teria sido possível deixá-los mais tranquilos: "Qualquer um poderia ter vencido. A competição foi muito dura", observou o grupo. "Nossa banda está em processo de renascimento. Este foi um momento tão importante para nós, tanto para a banda como pessoalmente", Lauri sublinhou.
Antes da hora H, a tensão era evidente nos ensaios gerais:
"Teria sido assustador se não tivesse funcionado. Eu estava meio infeliz nos ensaios, as baquetas não paravam nas minhas mãos e o Lauri não se acertava com o microfone. Foi no show ao vivo que ganhamos vida", Aki continuou. Os membros da banda ficaram sensibilizados após a final, até porque o UMK foi um fator determinante no destino da banda. Eles, que estão na estrada há quase três décadas, achavam que haviam chegado ao fim da linha no ano passado. A direção estava faltando, e a banda estava caindo aos pedaços: "Pode ser descrito como o caos. Nosso guitarrista saiu e então fomos golpeados pelo Coronavírus. Tivemos que começar a pensar em planos de contingência para a vida e considerar seriamente se ainda havia espaço para o The Rasmus", disse a banda em conjunto. Sobre a saída do Pauli da banda, eles contaram que a partida dele já estava no ar há muito tempo: "É uma sensação assustadora quando parece que a banda está ficando fora de controle ou que não há mais espírito de equipe. Isso foi um trunfo importante para a banda. Sempre foi legal e bom estar na banda, mas isso começou a mudar. E em seguida veio a pandemia. A banda estava em um ponto de separação quando Pauli saiu", Lauri disse. Lauri contou ainda que nadou pessoalmente em águas profundas: "Minha esposa teve quatro abortos espontâneos e, em nossa casa no Havaí, a vida ficou horrível. No Havaí, com a pandemia, a polícia monitorou com toque de recolher e tudo foi fechado. Eu estava com medo por mim e minha família", disse o Lauri, que mora em Honolulu. "Eu estava num ponto de ruptura, e então a banda, que é tudo para mim, o trabalho da minha vida, estava desmoronando também", ele continuou. O futuro parecia sombrio. Viver com membros da banda ao redor do mundo não aliviou a situação. Esse cenário durou quase meio ano até que a conjuntura mudou. Lauri teve a ideia para a música Jezebel e contatou Desmond Child. O ponto de virada veio quando a banda ganhou um novo objetivo com o UMK e com a chegada da nova guitarrista, Emppu. "Tive que ir até o fundo do poço para me reerguer", disse o Lauri. "Agora parece que estamos intactos como banda, nós quatro. Estamos em sintonia, nos sentimos leves, e agora estamos apenas deixando rolar", ele acrescentou. Emppu trouxe um novo poder para a banda. A apresentação no UMK foi o primeiro show da guitarrista no The Rasmus: "Foi muito legal entrar na banda no outono passado, e esses caras tiveram uma visão clara imediatamente. Foi ótimo me lançar nesta jornada", descreveu Emppu. Lauri mora no Havaí com sua esposa Katriina e um casal de filhos, Oliver, de 4 anos, e Ever, que tem alguns meses. Eero vive na Austrália com sua esposa e suas filhas adolescentes. As famílias chegaram à Finlândia para incentivá-los nas finais do UMK, mas fora isso os músicos às vezes têm que aguentar a saudade: "Nós sempre nos reunimos na Finlândia com a banda para ensaiar e tocar, e agora vamos passar um tempo aqui ensaiando", disse o Lauri.
Em alguns meses, a banda subirá ao palco em Turim, na Itália, diante de 200 milhões de telespectadores. No ano passado, a banda Blind Channel ficou em sexto lugar no Eurovision Song Contest, colocando a barra lá em cima. O The Rasmus ressaltou que não têm em mente a colocação do ano passado:
"Nós competimos na arte, quando se trata de gosto. O Eurovision Song Contest é também uma celebração onde diferentes povos se juntam para desfrutar de música. Temos uma boa música da qual nos orgulhamos e queremos mostrá-la ao mundo inteiro", resumiu o Eero. "Já temos uma base de fãs na Europa que tem esperado febrilmente a nossa turnê para nos ver. Agora esperamos pelo apoio deles", disse o Lauri. Os preparativos para o Eurovision começaram já na segunda-feira pós-UMK e, segundo o quarteto, o espetáculo será desenvolvido por profissionais. A performance com a animação é tecnicamente desafiadora e, para o Lauri, o momento mais crítico é arrancar o casaco amarelo no momento certo: "O casaco que o Lauri teve que se livrar com um golpe certeiro produziu o maior número de gotas de suor. Tive que rir dele e gritar enquanto ensaiava com ele uma e outra vez", Aki riu. Do Blind Channel, a banda recebeu uma dica concisa para a apresentação no Eurovision: "Treine ao máximo". Com essa mentalidade, o The Rasmus se prepara para a nova competição. O objetivo é cristalino: "Mesmo antes da final do UMK, o objetivo era claro: vencer o Eurovision Song Contest", Lauri disse. "Faremos um show ainda melhor na Itália e mostraremos do que somos capazes", Aki acrescentou. "Estamos muito orgulhosos de levar a grande bandeira finlandesa para a Itália!", completou o Lauri. Por fim, o The Rasmus disse que, embora sejam agora os representantes da Finlândia no Eurovision, eles representam a Finlândia no mundo à sua maneira há vinte anos. Eles falaram sobre a Finlândia em entrevistas e levaram a imagem da Finlândia para o mundo todo: "Este é um grande país, há grandes pessoas aqui. Vamos manter a mesma linha", disse o Aki.
E mesmo com a emoção da vitória, a banda não foi indiferente às notícias terríveis sobre a guerra na Ucrânia, que começou apenas dois dias antes da final do UMK.
A banda inclusive precisou cancelar os shows que estavam previstos para acontecer na Rússia e na Ucrânia no final do ano. Em uma coletiva de imprensa, eles foram questionados sobre como se sentem em participar do Eurovision depois que a Rússia invadiu a Ucrânia e foi banida da competição: "Esta é uma questão importante e estamos constantemente pensando sobre isso. É realmente chocante e angustiante, e tem sido uma situação muito emotiva", comentou o Eero. "O que está acontecendo parece muito errado. Eu assisti ao noticiário na TV no meu quarto de hotel e quase chorei. Parecia forçado e errado ir aos ensaios do UMK depois disso. Foi como estar em uma montanha-russa emocional", compartilhou o Lauri de forma emocionada. Lauri confessou estar confuso sobre ganhar um concurso quando o mundo está atravessando um momento tão assustador: "O Eurovision tem um carimbo positivo que chega a esta situação mundial no momento certo. Talvez seja disso que precisemos agora. Afinal, o Eurovision foi fundado após a Segunda Guerra Mundial para unir as nações através da música", ele declarou. "E nessa situação toda, você deve fazer suas próprias coisas da melhor maneira possível e colocar todo o seu coração nisso. Então o mundo pode ficar um pouco melhor", Eero resumiu. O Eurovision Song Contest será realizado em Turim, na Itália, de 10 a 14 de maio de 2022. A Finlândia competirá com Jezebel na segunda semifinal no dia 12 de maio, onde o The Rasmus será o primeiro a se apresentar. Além disso, a banda participará de dois eventos promocionais prévios ao festival: o Eurovision In Concert, que ocorrerá no dia 09 de abril em Amsterdam, na Holanda; e o Pre Party ES 2022, promovido pelo site Eurovision Spain, que acontecerá no dia 16 de abril em Madri, na Espanha. Abaixo vocês podem conferir mais de 70 fotos em HQ da final do UMK, disponíveis em um álbum na nossa página no Facebook: Fontes: Newsletter do The Rasmus, Ilta-Sanomat (1), Ilta-Sanomat (2), Iltalehti (1), Iltalehti (2), Verikuu, YLE e Itä-Häme Tradução e postagem: Misael Beskow
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Há algumas semanas, o The Rasmus vem concedendo entrevistas de divulgação do single Jezebel e da sua participação no UMK para diversos meios de comunicação. Duas delas foram para os canais de fãs do Eurovision Eurovoxx e OGAE Greece. Abaixo vocês conferem um resumo traduzido do que eles falaram de mais importante nessas entrevistas e, também, os vídeos delas na íntegra ;D Resumo da entrevista para Eurovoxx: - Lauri conta que teve a ideia de compor Jezebel e assim que a inspiração surgiu, ele pediu a ajuda de Desmond Child para completar a composição. - Emppu diz que mesmo a música sendo sobre uma mulher, todos podem se sentir conectados com a personagem, pois todos temos um pouco da personalidade dela em nós. A música fala de uma mulher forte e independente, que faz o que quer. - Eero disse que vai ter uma grande surpresa no palco durante a apresentação na final do UMK. - Lauri disse que acredita que o rock está renascendo agora com os novos artistas, como Blind Channel (banda finlandesa vencedora do UMK em 2021 e que ficou em 6º lugar no Eurovision daquele ano) e Machine Gun Kelly. Também disse que está feliz pela volta do My Chemical Romance e que o ano de 2022 com certeza será um ano do rock. - Eero disse que a maior inspiração da banda vem de estar no meio de outros músicos que possuem química, Aki complementa que sente essa energia em bandas como Nirvana, Bon Jovi e Guns N’ Roses e que eles tem ouvido bastante esses artistas. - Lauri diz que gosta bastante de como a indústria musical tem se adaptado, de acordo com ele, qualquer pessoa pode ser um artista se quiser, só precisa gravar e postar no YouTube. Antes, a fama dependia mais de recursos financeiros e hoje depende mais de talento. - Sobre novas influências musicais, Eero diz que tem ouvido uma banda chamada Gang of Youths, de Sydney. De acordo com ele, o som deles é bem legal e ele os conheceu pois sua filha é fã. - Lauri conta que gosta de ter períodos em que descansa com a família, mas que sente muita falta da banda e conta que a experiência mais louca que já teve com eles foi no México, quando conheceram indígenas que prepararam uma espécie de "suco de cogumelos". Eles contam que beberam o suco e depois foram fazer festas na piscina e que foram muito engraçadas. - Lauri fala sobre a amizade da banda com os integrantes do Apocalyptica e outras bandas finlandesas. Eles contam que gostam bastante de trabalhar com eles. - Emppu diz que muitas pessoas acham que a maior competição deles no concurso Eurovision é a banda Cyan Kicks, por também ser uma banda de rock, mas ela diz que acha que todas as bandas são muito boas e muito diferentes entre si e que a competição vai ser difícil. - Eero diz que o maior conselho dele para as bandas que estão começando é que não desistam e acreditem em si mesmos. Aki diz que a maior dificuldade é encontrar pessoas que se dêem bem e tenham boa química e que está muito feliz com a nova formação do TR e com a chegada da Emppu. Resumo da entrevista para OGAE Greece: - Lauri diz que Jezebel foi escrita na Grécia, na pequena e inspiradora ilha de Folegandros e que ele e Desmond a escreveram em apenas 4 horas, mas em compensação, ele levou 35 longas horas de avião até chegar lá. Ele conta que a composição foi um processo bem fluido e natural. Aki diz que o vinho grego e a comida podem tê-los ajudado a escrever a música tão rápido. - Lauri diz que sempre foi fã de Desmond indiretamente, pois amava as músicas que ele escreveu pro Kiss, Alice Cooper e Bon Jovi. Ele diz que não sabia que Desmond as tinha escrito e que quando tinha por volta de 30 anos e já era um grande fã dele, Lauri recebeu um e-mail de Desmond, dizendo que era fã do The Rasmus e que adoraria trabalhar junto com eles. Aki fala sobre Black Roses, que foi produzido inteiramente por Child e que foi muito bom poder trabalhar com ele de novo. - Eero diz que a ideia de participar do Eurovision surgiu dos fãs, pois muitos mandaram mensagens de incentivo. Além disso, o último vencedor do concurso foi um grupo de rock (Måneskin), então a ideia de participar fez ainda mais sentido. A banda explica que após o lockdown, todos estavam sentindo muita vontade de procurar algo legal para fazer e o festival surgiu num bom momento. - Aki explica que a primeira etapa do concurso é o UMK na Finlândia e caso ganhem, poderão participar do Eurovision na Itália. - Emppu conta que como ela é nova na banda, é legal estar fazendo algo totalmente novo para todos (participar do concurso). Ela diz que está muito animada e ansiosa, mas todos os meninos também estão. - A entrevistadora mencionou que a revista Iltalehti fez uma votação sobre as intenções de voto dos que participaram da pesquisa e que o The Rasmus ficou com 50% dos votos. Ela menciona que eles possuem uma grande vantagem em relação aos outros e pergunta como se sentem. - Eero diz que está muito feliz em saber que estão com muitos votos e Emppu diz que apesar de parecer que estão com vantagem, ainda há um longo caminho. Lauri diz que quer muito ganhar e ir pra Itália e representar a Finlândia no Eurovision. Aki e Eero dizem que os outros competidores também são muito bons e que será difícil. - Eero fala que as músicas favoritas dele que estão concorrendo ao festival são as de Younghearted e Bess. Lauri diz que seu favorito é Isaac Sene. Emppu diz que é uma grande fã de Tommi Läntinen. - A entrevistadora pergunta para Emppu o que é diferente entre estar em uma banda só de mulheres e agora, estar trabalhando somente com homens. Aki diz que provavelmente só é diferente porque homens fedem mais, mas Emppu diz que eles são cheirosos. Ela diz que na verdade não há diferença porque "não precisamos usar os órgãos genitais para fazer música". Ela diz que por ela tanto faz tocar com homens ou mulheres, ela diz que música é livre dessas coisas. - Aki diz que Emppu é cheia de energia e que foi uma ótima adição para a banda e que está muito feliz de tê-la no grupo. Há alguns dias, Lauri concedeu uma entrevista para a revista britânica de música Soundsphere, onde ele falou um pouco mais sobre a nova formação do The Rasmus, a tentativa da banda de entrar no Eurovision e sobre qual o legado que ele gostaria de deixar como artista. Abaixo vocês conferem um resumo transcrito da entrevista e, no final do post, o vídeo da mesma ;D O vocalista do The Rasmus fala sobre a nova integrante da banda e da participação no festival Eurovision. SOUNDSPHERE: Cara, estou muito grato por saber que vocês estão na seletiva para o Eurovision e por saber que as coisas estão bem com vocês a respeito da transição da banda. Como você se sente sobre isso e conta um pouco sobre as datas que estão chegando em outubro no Reino Unido. LAURI: Sim, finalmente depois de lutar contra a Covid por alguns anos, sabe... alguma coisa está rolando. Nos deixa realmente felizes e ansiosos, porque tem sido difícil pra todo mundo. Especialmente para os músicos. Não há chances de tocar ao vivo, você não consegue ser criativo, ver os fãs e talvez esse seja o motivo de nos juntarmos ao UMK e entrar no Eurovision. Nós queríamos desafios, queríamos sentir que estávamos fazendo algo, indo a algum lugar. S: Claro! E como está o trabalho com Jezebel? Porque, quando se trabalha com Desmond Child, é um grande desafio, sabe. Como foi trabalhar com essa música e conseguir fazer um hit? L: Sim, verão passado eu tive essa ideia e achei que devíamos tentar entrar no Eurovision, daí liguei pro meu amigo Desmond Child, o cara por trás dos hits do Bon Jovi “Living on a prayer”, “You give love a bad name”, do Kiss “I was made for loving you” e do Alice Cooper “Poisoned”, e infinitos outros hits. Mandei uma mensagem pra ele dizendo: “Cara, preciso da sua ajuda, preciso escrever a melhor música do mundo pra ganhar o Eurovision”. E ele disse: “Claro, vamos fazer”. Então ele me convidou para ir à Grécia, onde ele estava passando as férias. No dia seguinte peguei o voo do Havaí e voei 35 horas pra chegar na Grécia, naquela pequena e remota ilha chamada Folegandros e nós escrevemos a música juntos em apenas algumas horas. Foi incrível. É um dos melhores, sabe. Sou honrado em conhecê-lo. S: Claro! Vamos cruzar os dedos, é um momento de muita emoção pra vocês, mas eu tenho que perguntar de novo porque você tem passado por muita coisa na sua carreira, você tem feito muita coisa com a banda e com essa mudança na formação. O que você pode dizer que mudou e desenvolveu, não apenas como músico, mas como pessoa? Você tem passado poucas e boas... L: É como uma linha do tempo. Trabalho, a gente começou, acho que 28 anos atrás, bem quando eu nasci (risos). Eu sinto que é assim desde sempre, mas nós fomos capazes de mudar o nosso estilo, experimentado coisas diferentes durante o caminho no qual lançamos estes 9 álbuns e eu acho que todos são diferentes uns dos outros, e novamente temos uma nova integrante, uma nova guitarrista, temos uma garota na banda e isso é fantástico. Ela é uma ótima guitarrista, tem uma grande personalidade e nós estamos muito felizes com ela e isso leva nossa banda a outro nível. É realmente muito talentosa. A gente tem se divertido muito juntos e agora temos um desafio a frente que é ganhar o Eurovision, sabe, é uma coisa importante, é ótimo porque nós temos algo para conquistarmos juntos. É muito importante, temos que crescer juntos durante essa trajetória. S: Que incrível! Uma coisa que quero perguntar também: é obvio que você teve muito sucesso na sua época, financeiramente e tudo mais, e queria te perguntar porque nós trabalhamos com muita gente que luta com a definição de sucesso. Qual é a motivação pra encontrar o sucesso? As pessoas dizem que nunca serão como o Lauri, que nunca serão como o TR e que nunca terão sucesso. Como você define o sucesso? L: Eu penso muito sobre isso, quero dizer, tem diferentes maneiras de mensurar, você nem deveria medir isso, mas como agora, tivemos um intervalo enorme da música. Eu percebi o quão sortudo em ter este tipo de “emprego“ e fazer disso meu ganha pão. Ao mesmo tempo eu tenho minha vida particular, eu tenho filhos, é como estar feliz e isso é o certo. É a chave da felicidade. S: Felicidade, claro! E falando sobre isso, que tipo de coisas fora da música te inspiram? Você se levanta da cama um dia, e sabe... Quero dizer, o Havaí é um lugar lindo então eu imagino que não há muitas vezes em que você acorda e se sente para baixo. Mas se você se sentir desmotivado, que coisas na vida te motivam? Seus filhos, artes, um filme... o que te motiva fora da música? L: Tenho que te dizer que o Havaí é lindo, a vibe é diferente, eles falam de surf o tempo todo, eu tenho dificuldades pra me inspirar para o TR por lá. Então eu decidi trabalhar à noite. Na verdade, eu ia dormir muito cedo e acordava às 3:30 da manhã e às 4 estava escuro e misterioso, sabe. Eu andava pela minha sala e começava a compor. Porque o Havaí é muito ensolarado e vibrante para compor para o TR. S: É uma vibe diferente, eu sei como é. É adorável, mas você tem que estar em um determinado lugar. Precisa de um clima sombrio, que legal. Sobre o Reino Unido, você tem alguma lembrança favorita? L: A primeira apresentação deve ter sido em meados dos anos 90. Tocamos em uma casa chamada Orange. Deve ter sido a menor casa que já tocamos como banda de abertura para uma banda cover do Oasis e a gente vem apoiando eles. Acho que tinha umas 35 pessoas assistindo. Mas nós ficamos, tipo, YEAHH! Nós conquistamos Londres. Nós praticamente pagamos para tocar lá e não ganhamos nenhum cachê. Isso foi o início. Mas antes disso costumávamos ir a Londres com nossos amigos durante o verão. Sentávamos no Hyde Park, tocávamos, dávamos um rolê e bebíamos cerveja. Era bem legal! Acho que eu tinha uns 17 ou 18 anos, estava começando a amadurecer e ganhando experiência. Isso sempre vou guardar de lembrança. S: Qual é a grande lição que você aprendeu e que dica você daria a você mesmo para ter uma carreira próspera ou uma vida próspera? L: Bom, eu sempre dou umas arriscadas. Eu parei de estudar por causa da banda um tempo atrás e não terminei. Eu pensei que pudesse voltar mais tarde mas a banda deu certo. Então eu estava encaminhado. Tudo o que eu fiz foi contra o que os meus pais queriam que eu fizesse. Mas sabe, eu fui bem longe. E agora falando sobre a nova canção “Jezebel”, é sobre uma menina ou uma pessoa que faz as coisas do jeito dela, não dando a mínima para o que os outros pensam, ela tem o espirito livre, e isso é totalmente relacionado a mim mesmo. Posso encontrar uma Jezebel dentro de mim; é como um tributo a todas as pessoas corajosas. S: Muita gente tem apoiado o TR ao longo dos anos, vocês tem feito muita gente feliz e tem sido a trilha sonora da vida de muita gente. Qual mensagem gostaria de deixar para todos que te apoiam durante sua carreira, dede o começo até este ponto? L: É maravilhoso agora que lançamos a música ontem (dia 17/01), começamos a receber todos estes comentários de todo o mundo. Algumas pessoas especialmente na Finlândia tem nos seguido desde o começo. Tocamos nosso primeiro show em 94 e as pessoas dizem: “Eu ainda lembro de quando você usava um chapéu de ursinho e tinha aquele cabelo amarelo”. Para um monte de gente é nostálgico, mas para as novas que acabaram de nos descobrir, elas perguntam: ”Por onde vocês andaram?” e eu digo que nós estávamos bem aqui. Aconteceu algumas vezes mas é uma grande oportunidade de alcançarmos o mundo de novo. Estamos cheios de energia e a gente sente que é um recomeço para o TR. S: Absolutamente, eu posso sentir a energia, a positividade. É incrível! Algumas pessoas não gostam dessa palavra, mas como você gostaria que seu legado fosse? Como gostaria de ser lembrado como músico, artista ou pessoa? Porque, de novo, você tem muita coisa com o TR e é uma ligação emocional muito grande com os fãs e com as pessoas que te apoiaram. L: Eu tenho que enfatizar que você tem que ser o que você é. Assim, olhe para mim. Eu uso penas no meu cabelo. E ando assim nas ruas e me orgulho disso. Apenas seja você mesmo. Esta é a mensagem que eu tenho a dizer pra todos. Só se divirta. A vida não é tão séria. S: Claro, claro. Apenas pra terminar. Fale um pouco sobre a nova música ou algo a mais que queira divulgar. Estamos fazendo a cobertura das datas do Reino Unido. L: Bem, deem uma olhada no vídeo que lançamos ontem, Jezebel. Se tudo der certo para as finais do Eurovision, votem no TR, claro! S: Claro, claro. Obrigado pelo seu tempo, Lauri. Eu adorei. L: Obrigado. Na semana passada saiu uma entrevista do Lauri para o site RockOverdose.gr, onde ele falou um pouco sobre o novo single "Bones", sobre a gravação do décimo álbum da banda durante a pandemia e também sobre que tipo de sonoridade podemos esperar desse novo trabalho. Abaixo está a tradução na íntegra, como sempre ;D RockOverdose: Olá Lauri e bem-vindo ao RockOverdose! Como você está? Lauri Ylönen (The Rasmus): Estou ótimo! Chegou o verão, estamos prontos para alguns shows, espero que sim! RockOverdose: Sim! Depois de tantos meses, enfim! Lauri Ylönen (The Rasmus): Tem sido tempos muito difíceis para todos nós, mas pelo menos está começando a melhorar. Temos um show na Finlândia, em agosto e estou realmente esperando por isso! Subir no palco depois de tantos meses, seria divertido estarmos juntos novamente! RockOverdose: Você está fazendo ensaios neste período? Lauri Ylönen (The Rasmus): Sim. Na verdade, estou cantando muito. Eu tenho um canal no youtube, faço covers, streaming ao vivo com os fãs e canto músicas que são importantes na minha vida. Sinto que vou continuar fazendo essa causa, se eu parar, vou enlouquecer. Se eu não conseguir fazer a tour, vou começar meus pequenos "shows" pelo meu canal no youtube. RockOverdose: Já se passaram quase 4 anos desde seu último álbum "Dark Matters"... Lauri Ylönen (The Rasmus): Sim, 4 anos parece muito tempo, mas na verdade, após seu lançamento, tivemos uma longa turnê ao redor do mundo. Nosso último show foi ano passado na Cidade do México, então sempre levamos muito tempo para fazer a turnê porque queremos interagir com os fãs e também é muito inspirador escrever novo material durante a turnê, porque recebemos muita energia de conhecer nossos fãs. Eu tenho escrito muitas músicas novas na turnê após o show, me inspirei, pego meu violão, vou para o ônibus da turnê e continuo escrevendo. Eu sempre me inspiro em nossos fãs e na energia que recebo no palco. É isso que nos faz continuar. Temos alguns fãs leais esperando por nós no aeroporto, fora dos locais de show, é inacreditável, isso é ótimo! RockOverdose: Você gostaria de nos contar algumas coisas sobre seu novo single "Bones"? Lauri Ylönen (The Rasmus): "Bones" foi a primeira música que terminamos para nosso próximo álbum e é sobre carma, neste caso, carma ruim. Eu estava pensando sobre carma e destino durante o ano passado quando o coronavírus começou a nos atingir muito mal, e tudo era incerto, não sabíamos o quão ruim realmente era e o que iria acontecer. Eu passo muito tempo comigo mesmo e com meus pensamentos, cavando em minha vida passada, o que eu fiz nesta vida e que tipo de efeito isso teve para outras pessoas e como isso afetará o futuro. Acho muito interessante e verdadeiro que tudo o que você fizer nesta vida terá algum efeito em alguma coisa. Eu acredito que deu uma boa música. RockOverdose: Vocês vão lançar um novo single em um futuro próximo? Lauri Ylönen (The Rasmus): Na verdade, não em um futuro próximo, nós iremos lançar algo ainda neste ano e o álbum será lançado no início do próximo ano. Então, estamos trabalhando em alguns vídeos e outras coisas interessantes estão acontecendo este ano, mas eu realmente não posso dizer muito. RockOverdose: Vocês já têm o título do álbum? Lauri Ylönen (The Rasmus): Sim, temos o título em um estágio bem inicial, ainda é um segredo. É bom ter o título e o conceito do álbum, e ele vem da solidão. Eu estava pensando na solidão antes do início da pandemia, existem diferentes tipos de solidão. Algumas pessoas sofrem com isso e outras a escolheram como estilo de vida. Eu tenho um primo morando sozinho em uma casa na floresta, o que para mim é estranho e assustador. Ele gosta do silêncio, gosta de estar sozinho e isso é fascinante. Então foi assim que comecei a escrever o conceito do álbum e então com a situação da COVID eu adicionei um pouco mais de melancolia a ele. Foi assim que o título do álbum nasceu. RockOverdose: Qual é a diferença entre o último e o novo álbum? Lauri Ylönen (The Rasmus): O novo álbum tem mais elementos de rock. No último álbum usamos mais sintetizadores, vibes eletrônicas. Esse álbum é mais rock e as músicas nos lembram Dead Letters e Hide From The Sun, os álbuns que fizemos em 2003 e 2005. No entanto, como sempre, elas têm o DNA do The Rasmus, sabe... se você ouvir um pouco da música, é fácil reconhecer que é uma música do The Rasmus. Na verdade, é bastante restrito o setor para o qual estamos indo, isso talvez seja algo que vem das raízes de estar na Finlândia, a música tradicional que costumávamos ouvir quando crianças, de nossos pais. Essa se tornou minha identidade musical, quando eu escrevo sempre escrevo fora desse tipo de caixa, de forma ou tipo de produção diferente para fazer soar diferente, mas as raízes são as mesmas. RockOverdose: Vocês fizeram muito sucesso com os singles "In The Shadows" e "Livin’ In A World Without You", que também alcançaram a posição nº 1 nas paradas gregas e, claro, em outros países. Você acredita que podem fazer outro hit hoje em dia? Lauri Ylönen (The Rasmus): É impossível dizer, especialmente ao escrever as músicas. Há tantas coisas que precisam dar certo para ter essas músicas épicas. Acho que foi o momento certo, foi perfeito para esse tipo de música, por exemplo, In The Shadows... Há tantas coisas que podem fazer um hit. Você não precisa pensar muito nisso. Você apenas tem que escrever algo que signifique para você e essa é a melhor coisa que você pode fazer. Como neste álbum, escrevo sobre coisas que têm um significado para mim. Cada música tem um motivo, não é uma história aleatória. É muito importante para mim porque sou eu que vou cantar isso no palco. RockOverdose: Então, é meio difícil prever uma música de sucesso. Talvez haja uma música que você não acredita que se tornaria um hit, e se torna. Lauri Ylönen (The Rasmus): Sim, exatamente. Estou tão perto das minhas músicas, mas nunca posso prever qual música poderia ser um hit. Posso me apaixonar por uma fala, não vejo o quadro geral e é um momento muito bom quando você lança um álbum e depois de alguns meses você pode ver que as pessoas ouvem muito uma música. É muito difícil escolher apenas uma música. Muitas pessoas escolhem diferentes favoritos, e isso também é um bom sinal e também é muito bom para a qualidade das músicas. Isso é o que sempre tentamos fazer com o The Rasmus, passamos muitos anos para fazer um próximo álbum e coletar as melhores músicas que temos para fazer um bom álbum, trabalhando em seu conceito, ao invés de fazer singles aleatórios. RockOverdose: Quais são suas memórias da Grécia? Lauri Ylönen (The Rasmus): Eu me lembro de ter tocado lá muitas vezes, em Atenas sob a Acrópole, tivemos esse show em 2010, talvez. Foi um momento tão lindo, a atmosfera estava perfeita lá fora sob as estrelas, eu me lembro de tocar a música "Living In A World Without You" e todos estavam pulando, cantando essa música. Foi incrível! Eu amo a Grécia, já estive lá nas férias muitas vezes e na verdade me inspirei para o nosso álbum "Black Roses", nós reservamos uma vila na ilha de Folegandros, e foi incrível. Estivemos lá por 2 semanas, escrevendo canções, é uma pequena ilha com tantas capelas, igrejas, realmente incrível e inspiradora! Eu amo essa sensação relaxada… RockOverdose: Desejo que você visite a Grécia novamente em breve! Lauri Ylönen (The Rasmus): Obrigado! RockOverdose: Algum projeto pessoal? Lauri Ylönen (The Rasmus): Como mencionei antes, tenho essas "Bedroom Sessions" - vídeos ao vivo no meu canal do youtube, tentando manter contato com nossos fãs, e é mentalmente bom para mim porque é muito difícil não tocar em shows e entrar em contato com as pessoas. Eu faço covers de músicas que me inspiram, dos Beatles ao Slayer... Todos os tipos de músicas! Todo domingo eu lanço uma música nova lá, confira! Tradução e postagem: Misael Beskow Na semana passada, Lauri deu uma entrevista para a rádio Ruido Blanco do México, onde ele contou um pouco sobre a sua relação com os dois lugares diferentes onde ele viveu, a Finlândia e o Havaí; as dificuldades com a produção do novo álbum durante a pandemia e como isso também serviu de inspiração ao compor as músicas; e a relação da banda com os fãs e sua ligação com o México além, é claro, das novidades que estão por vir. Abaixo segue a tradução de tudo o que foi falado e no final do post está o vídeo da entrevista! Entrevistador: Lauri, como vai você? Lauri: Bem, bem, estou feliz de estar de volta a Helsinki, Finlândia! Entrevistador: Ah, é mesmo? Eu sei que você tem vivido por um tempo no Havaí, correto? Lauri: Certo, eu morei lá nos últimos 3 anos. Entrevistador: E que tal a mudança de clima de uma praia ensolarada para as congelantes cidades finlandesas? Lauri: Eu adoro, é a melhor coisa! Amo ter a possibilidade de ambos fazerem parte da minha vida. Sempre acreditei que dentro de mim eu tenho um lado obscuro e um lado luminoso, e eu realmente preciso de ambos. Se estou feliz demais, se estou muito iluminado, muito ao sol, na verdade eu fico muito triste. Então eu preciso ficar triste para poder voltar a ficar feliz. Entrevistador: Sim, te entendo perfeitamente. Nos conte um pouco sobre como você lidou com esta situação. Sei que já começamos a ver a luz no fim do túnel, mas tem sido um ano difícil não só para vocês ou para o mundo do entretenimento, mas sim para o mundo inteiro. Então, como vocês lidaram com a pandemia? Porque sei que o seu último show foi aqui na Cidade do México... Lauri: É isso, tínhamos planejado terminar a turnê na Cidade do México e conseguimos fazer esse último show, então fomos muito sortudos. Muitos artistas tiveram que cancelar as suas turnês, então tivemos sorte. Nós já tínhamos planejado entrar para o estúdio na primavera passada (hemisfério norte), então estávamos indo bem de tempo. Mas quando o mundo fechou foi muito difícil, não podíamos nos ver mais, você sabe? Eu estava no Havaí; Eero, nosso baixista, estava na Austrália; o guitarrista e o baterista, na Finlândia; o produtor na Inglaterra. Então estávamos pelo mundo todo… Entrevistador: E a sua gravadora está na Suécia, certo? Lauri: Exato! Entrevistador: Assim vocês estavam por todos os lados… Lauri: Então nós pensávamos: como diabos vamos fazer isso agora? Tínhamos o estúdio agendado e tudo parecia bem, mas de repente tudo foi cancelado. No início obviamente eu fiquei irritado e triste, mas depois pensei que poderia ter sido pior para mim. Muita gente está em uma situação bem pior que a minha, então eu não posso reclamar, eu só tinha que me recompor e tínhamos que fazer isso. Começamos a trabalhar online, de forma remota. Eu gravava meus vocais no Havaí, Pauli as suas guitarras e Eero o seu baixo na Austrália. Enviávamos arquivos e tentávamos criar algo, mas foi divertido tentar uma nova forma de fazer música. Entrevistador: Então mesmo apesar de viverem em lugares distantes, essa foi a primeira vez que vocês trabalharam remotamente? Lauri: Sim, porque eu acredito na interação com as pessoas, estar na mesma sala, se divertindo e passando o tempo juntos e talvez fazer algo de música, sabe? De modo que se divertir e aproveitar os bons momentos com os seus amigos é o mais importante, e depois algumas boas ideias poderiam chegar. Então eu fiquei realmente devastado no início, mas com a longa história e amizade que nós temos juntos - ainda somos melhores amigos depois de 25 anos - eu pensei que poderíamos contornar a situação e fazer isso. Talvez não fosse a melhor forma de fazê-lo, e inclusive em alguns momentos eu me senti isolado e solitário. Mas como artista eu pude usar isso a meu favor e pensar “ok, vamos ser criativos”, sabe? Isso poderia ser o tema do álbum, escrever sobre essas ideias e esses sentimentos, então também foi algo inspirador. Entrevistador: E afinal de contas, o The Rasmus sempre foi uma banda melancólica, algo triste, profundo e introspectivo. Você acha que esses tempos que ressoam com essa descrição, ajudaram você a escrever músicas mais ao estilo do The Rasmus? Lauri: Sim, definitivamente adicionou uma camada extra de melancolia. Porque já antes da COVID o meu conceito para o álbum era a solidão, e depois me dei conta de que todos nós estávamos na solidão, isolados uns dos outros, então fiquei como “ah, cara!” isso foi um presságio, sabe? Eu já estava trabalhando nesse conceito e então isso tudo aconteceu, foi estranho. Mas como eu disse, foi também um bom momento de cavar fundo no meu próprio interior. Eu passei um bom tempo com meus pensamentos, talvez até demais, em alguns momentos pensei que ficaria louco. Mas foi interessante cavar fundo e pensar na minha vida, em conceitos como o carma, no que eu já fiz na minha vida, que efeito causarei nos demais ou como isso afetará o futuro. E isso se tornou a ideia da canção Bones, que é o primeiro single. Ela é sobre o carma. Eu acho que cada canção do álbum tem um significado muito especial, elas não são somente algumas canções soltas ou histórias aleatórias. E eu realmente senti que devia escrever cada canção e expressar sentimentos específicos em cada pedaço, parecia significativo. De modo que talvez o fato de que nós não fazemos álbuns a cada ano, eles se tornam melhores, porque nós investimos um pouco mais de tempo vivendo e depois podemos expressar essas vivências através das canções. Sempre escrevemos 100 músicas e depois escolhemos 10 para que sejam as melhores. Nós tentamos fazer álbuns que sejam bons o tempo todo. Entrevistador: Entendo completamente, isso ajuda a imprimir mais vida em suas canções. E agora que você menciona Bones, algo que me chamou muito a atenção foi a letra. Acho que o som geral é algo que se esperaria do The Rasmus. Vocês nunca tiveram medo ou colocaram limitações no seu processo criativo, ao envolver novos elementos em seu som. Mas quanto à letra, no primeiro verso você está colocando uma situação na qual diz “o fim está escrito” e tudo está indo mal, nós podemos relacionar assim. No entanto, depois no refrão você canta “e toda vez que me beija, meu coração se transforma em pedra”. Portanto, quando esperávamos uma virada para algo mais positivo, você continua nas trevas. Então, o que você estava tentando dizer, especificamente, ao fazer essa mudança para o refrão? Não sei se você me entende, mas acho que quando você começa o refrão dizendo “e” ou “mas”, se espera algo diferente. Mas não foi assim, e isso o fez muito mais interessante para mim. Lauri: Uau, você realmente escutou a canção, eu fico muito feliz! Bom, eu normalmente não gosto de revelar muito sobre as intenções das canções porque isso as simplificaria. Mas existem muitas histórias pessoais ou situações nessa canção que eu vivi, e elas podem ser diferentes. Não é tudo sobre beijar ou ser infiel ou algo assim, mas podem ser coisas diferentes, inclusive pode ser algo entre os seus pais. Simplesmente saiu dessa forma, enquanto eu pensava no carma de diferentes perspectivas. Entrevistador: Agora, voltando a falar um pouco sobre o México, já mencionamos que seu último show foi aqui antes da pandemia, então o que você pode nos dizer a respeito dos seus fãs mexicanos? Sei que são especialmente intensos e isso não acontece com todas as bandas, então a que você acha que se deve isso vindo de um lugar tão diferente e distante do México? Sobretudo ao longo de 25 anos, o que isso significa para vocês? Lauri: Em primeiro lugar, desde a primeira vez que viemos ao México, acho que em 2003, eu me lembro de alguns rostos, algumas pessoas que conheci quando tocamos aí no Salón 21, um local de shows pequeno… Entrevistador: Um lugar que nem existe mais… Lauri: Sim, eu sei… Mas eu me lembro de certas pessoas, eu ainda as reconheço, que ainda vão nos esperar no aeroporto ou no hotel. Então é incrível que existam pessoas que tenham dedicado quase 20 anos das suas vidas à nossa banda. Eu respeito muito isso, é maravilhoso. Temos uma relação muito especial com o México, a maioria dos nossos seguidores no Instagram são daí. E inclusive nós seguimos trabalhando com muitas pessoas da equipe com as quais começamos, então é quase uma questão familiar. É sempre uma sensação agradável, como uma volta ao lar. Eles já sabem inclusive a quais lugares nos levar para comer ceviche e tacos. Mal posso esperar pra voltar porque é sempre incrível. E nós sempre reservamos tempo extra para aproveitar a visita, especialmente para os rapazes que viajam saindo daqui da Finlândia, é uma viagem muito longa então é bom aproveitá-la como férias e ir a lugares diferentes. Entrevistador: Então você diria que a relação especial é mútua, mas o que você acha que é o que você mais gosta do México? Lauri: Eu? Acho que é a sensação de se sentir bem-vindo. É um pouco chocante que as pessoas sempre querem te abraçar e te beijar, não sei como é agora com a COVID… Entrevistador: Tem sido uma luta constante, porque é parte da nossa natureza… Lauri: “Ahhh, eu quero muito te beijar, mas eu não posso!” Entrevistador: Sim, é sempre desconfortável, porque temos que nos perguntar se é ok cumprimentar, ou se é melhor de longe. Está sendo difícil… Lauri: Até mesmo na Finlândia, onde não costumamos nos beijar, também tem sido incômodo não saber direito se vai cumprimentar com o cotovelo ou o punho… Entrevistador: Então o calor humano é o que você mais valoriza de seus fãs mexicanos? Lauri: Sim, e a devoção, é uma sensação incrível. Ver aquelas pessoas crescerem com a gente, é uma coisa linda todas as vezes. Agora existem fãs que têm filhos e eu já conheço muitos deles, então é muito especial. Entrevistador: E agora os filhos deles se tornarão fãs do The Rasmus também... Lauri: Esse é o meu plano! Entrevistador: Agora falando sobre a Finlândia, já que você mencionou que está de volta à Finlândia nesse momento, eu acho que a cena do rock finlandesa sempre foi muito interessante para mim. Cresci escutando bandas como vocês ou o HIM, você pode me visualizar em 2003 indo a todos os lugares com meu gorro preto e se não fosse pela proibição da minha mãe, eu teria colocado penas pretas também. Então eu cresci escutando bandas finlandesas, mas agora vocês também têm bandas como o Blind Channel, que participaram recentemente do Eurovision. Então o que você acha dessa nova geração de bandas vindo de toda a Europa? Não necessariamente da Finlândia, mas eu entendo que vocês estão mais próximos do rock ou de gêneros alternativos do que nós latinos, pelo menos hoje em dia. Aqui não se escutam muitas novas propostas do rock no rádio, pelo menos na América Latina, exceto na Ruido Blanco obviamente, que é uma rádio onde apenas tocamos rock e alternativo 24x7. Mas não há muito espaço e depois quando você vê o Eurovision você escuta muito rock vindo da Europa. Então como você enxerga essa nova geração europeia e onde vocês acham que se encaixam nessa nova cena como uma banda sênior? Lauri: Bem, em primeiro lugar, estou super orgulhoso dos meus garotos da Finlândia, o Blind Channel! Tenho falado com eles algumas vezes e estou muito feliz por eles. Na verdade, eu tenho meu canal no YouTube onde faço alguns covers de músicas que foram importantes para mim ou que me inspiraram, e acabo de fazer um cover da canção deles junto com eles… Entrevistador: É parte das Bedroom Sessions? Lauri: Sim, exato. E acaba de sair, então espero que os fãs curtam bastante. Está muito legal! Entrevistador: Que ótimo! Sei que não temos mais muito tempo, então eu gostaria de encerrar essa entrevista com você primeiramente te agradecendo e depois pedindo que você nos dê uma pequena dica do que podemos esperar do próximo capítulo do The Rasmus. Lauri: Bem, sim, nós temos trabalhado muito, aproveitando que toda a banda está junta no mesmo país finalmente. Estávamos filmando videoclipes, tirando fotos e fazendo várias coisas do The Rasmus todos os dias, então temos muita coisa nova vindo por aí, fiquem muito ligados! Entrevistador: Ótimo, então finalmente você poderia mandar uma saudação para a Ruido Blanco? Sei que você já nos mandou um pequeno olá, mas poderia saudar a todos os ruidosos e ruidosas da Ruido Blanco? Lauri: Ruidosos e ruidosas? Entrevistador: Isso, exatamente, e depois o nome da estação é Ruido Blanco, então é um desafio… Lauri: Olá, sou o Lauri do The Rasmus, saudações a todos os ruidosos e ruidosas! Você está ouvindo a Ruido Blanco! Entrevistador: Foi perfeito, cara! Muito obrigado! Foi realmente um prazer ter essa oportunidade de falar com você, e eu não te desejo nada além do melhor para o próximo capítulo do The Rasmus. E apesar do seu último show ter sido aqui, nós estivemos esperando vocês desde que terminaram o show na Cidade do México. Estaremos esperando ansiosamente para que o The Rasmus volte com o novo álbum ao México! Lauri: Muito obrigado! Tenha um excelente dia, cara! Entrevistador: Igualmente, até mais! Obrigado! Tradução e postagem: Misael Beskow Na semana passada, Lauri participou de uma videochamada com a revista britânica Rock Sound, onde ele conversou sobre o lançamento do novo single Bones, sobre o próximo álbum, os planos futuros da banda e sobre como manter a criatividade no lockdown por meio de sua série de covers e performances no "Bedroom Sessions". Confira abaixo a tradução da entrevista na íntegra e, no final do post, o vídeo completo! Entrevistador: Ei pessoal! James Wilson Taylor aqui, da Rock Sound, esta é uma das nossas últimas videochamadas que gravamos. Estamos conversando com bastante gente no momento, enquanto estamos todos meio presos em casa, e estou feliz em dizer que temos Lauri do The Rasmus na linha. Como você está, cara? Lauri: Bem! É bom estar na Finlândia. Entrevistador: Sim! Eu disse que estávamos presos em casa, mas você consegue sair por aí. Isso é lindo, me conta, onde você está agora? Lauri: Estou andando nas ruas de Helsinki, acabei de ter uma reunião com os caras da banda, nós estávamos planejando o próximo videoclipe e um monte de outras coisas. Tem sido uma semana ocupada lançando uma nova música, é legal, coisas estão começando a acontecer de novo. Eu tenho um bom pressentimento. Tem sido um ano terrível para todos nós. Entrevistador: Sim, a gente meio que começou o ano do mesmo jeito, né? Eu espero que você, sua família, seus amigos e seus colegas da banda estejam se mantendo seguros e sãos durante toda essa loucura. Mas, parece que foi um período produtivo para você, cara, você tem trabalhado em muitas coisas de casa, pelo que parece. Lauri: Sim, tivemos que reorganizar muito as coisas porque tínhamos o estúdio reservado, na verdade, íamos gravar na Inglaterra, estávamos agendados ano passado, desde o início de maio. Então, de repente, a COVID começou a acontecer e tudo foi cancelado, e ficamos numa situação ruim porque eu moro no Havaí, o baixista, Eero, mora na Austrália, o resto dos caras na Finlândia, e o produtor na Inglaterra. Então tínhamos caras de todo o mundo precisando se comunicar através de telefones ou telas de laptop e decidimos tipo, ok vamos tentar fazer o álbum assim, nas telas, e não foi muito fácil pensar em fazer isso. Demorou um pouco para superar a raiva e aceitar que isso era a única coisa que podíamos fazer além de desistir, então decidimos fazer dessa forma, estávamos em continentes diferentes trabalhando no novo material. Entrevistador: Ah, isso é bem legal. Esta situação horrível tem acontecido, mas pelo menos acontece nesta época em que temos tecnologia para manter as coisas funcionando. Como foi a adaptação para essa nova metodologia de trabalho para vocês? Foi difícil para vocês no começo ou foi fácil pra vocês? Lauri: Eu não gosto de falar ao telefone, principalmente por mensagens de texto, etc. Eu acredito no contato físico e na química que acontece quando estamos juntos. Na maioria das vezes, as melhores ideias aparecem depois do dia que passamos no estúdio, quando a gente sai pra beber ou jantar. É assim que as melhores ideias surgem, então eu fiquei um pouco preocupado no começo, quando tudo começou. Mas depois isso meio que virou o tema, ou conceito pro álbum, estar separado ou vivendo nesse mundo louco, onde tudo é muito instável e ninguém realmente sabe o que está acontecendo. Então nós conseguimos capturar isso no álbum, o que se tornou uma ferramenta para nossa inspiração e eu fiquei muito feliz com os resultados. A gente sempre compôs músicas muito melancólicas mas agora tem um “tempero” a mais (risos). Entrevistador: Faz total sentido, é música para a época que estamos vivendo. E falando nisso, sobre as gravações, o single acabou de ser lançado, parabéns, “Bones” está aí pro mundo ouvir. Conte-me um pouco sobre como foi compor essa música e por que você queria que ela fosse o primeiro gostinho dessa nova era / álbum? Lauri: Na verdade, foi a primeira música que completamos, então essa música nasceu de uma forma muito natural, meio que estava lá no início e eu acho que quando algo assim acontece, você não precisa forçar. Parece certo, se pensamos que esta é uma boa música para começar. É um tipo de som um pouco diferente ao que estamos acostumados e, bem, não sou a melhor pessoa para escolher os singles. Normalmente, eu escolheria algo realmente estranho, porque eu me apaixono pelos detalhes, que as pessoas em posições maiores (produtores, por exemplo), nem ouvem. Estou muito próximo da minha própria música, alguns de nossos amigos disseram que essa é uma boa música, eu gosto dela e soa meio que uma música tema de James Bond (risos). Entrevistador: Ela tem meio que essa pegada mesmo, eu peguei isso. Tem um pouco dessa pegada ali. E o quanto ela indica o tom do que está por vir? Sabe, eu não sei o quanto você quer revelar mas a gente sabe, é claro, que tem um álbum, e ele está chegando, claramente refletindo os temas mais amplos do mundo ao menos um pouco. Mas estamos no mesmo território musical do single, ou o que... O que você acha que quer revelar sobre o que está por vir? Lauri: Eu não quero falar demais sobre isso ainda, mas o álbum está chegando no ano que vem, então... Eles não esperam, mas o que é normal pra gente é que sempre exploramos um pouco, sabe, diferentes tipos de produções. Tentamos escutar as músicas e deixar que elas cresçam no seu próprio sentido, sem ficar com medo que elas todas, sabe, meio que soem parecidas. Como se elas tivessem vida própria. Então vai ter tipos diferentes de músicas, todo tipo de coisa. E agora a gente só está trabalhando em algumas das últimas faixas, e pode ser que a gente tenha algumas colabs e coisas do tipo, mas eu não quero falar muito disso ainda. Entrevistador: Bem, uma coisa que a gente pode falar sobre então. Sabemos que a turnê está chegando, a turnê foi anunciada e eu tenho certeza que, como qualquer outra banda sob o Sol, vocês devem estar absolutamente desesperados pra voltar aos palcos na frente das pessoas. Me conta um pouco, você deve estar pensando sobre como esse próximo show ao vivo vai ser pra vocês, né? Lauri: Sim, essa é a cereja do bolo, as turnês e apresentações, concertos... Eu acabei de perceber o quanto isso me faz falta, sabe, e esse último ano foi tipo sentar em casa e escrever músicas, o que é ótimo mas eu nem tinha certeza se a gente ia conseguir mesmo voltar a fazer turnê, e eu fiquei realmente deprimido pensando nisso. Então agora que algumas das datas foram liberadas eu me sinto bem, é no final de 2022, o que é daqui a bastante tempo, mas pelo menos é algo de concreto esperando a gente. Temos muitos outros dias vindo por aí e acabamos de ter uma reunião com a banda, temos todas essas ofertas chegando, as coisas estão só começando pra gente com esse álbum então é muito excitante. Mas já que não foi possível fazer as turnês e apresentações, eu comecei uma coisa... Comecei a fazer essas lives no meu quarto, as chamo de "Bedroom Sessions", no YouTube. Eu só toco versões cover de músicas que foram importantes pra mim em algum ponto da minha vida, ou que me fizeram o músico que eu sou hoje, ou algumas faixas do The Rasmus que eu gosto. Então isso foi tipo a coisa mais próxima que eu pude fazer, essas pequenas gravações, e tem sido muito divertido. Eu acabei de começar, faz uns dois meses, mas é quase uma terapia pra mim e eu posso fazer em qualquer lugar, sabe? Estou na Finlândia agora, eu visitei a minha casa de campo e fiz um vídeo lá, a natureza me inspira muito. Tipo eu poderia fazer isso em turnê, no quarto do hotel, sabe, é bem divertido. Entrevistador: A última coisa que eu quero perguntar pra você é, falando de turnês e tudo mais, da última vez que vimos vocês aqui no Reino Unido foi na turnê de aniversário do Dead Letters. Foi um grande momento e eu acho que assim como a música está voltando e estamos ansiosos por esses novos shows, como você se vê nessa turnê? Porque parece... quer dizer, pareceu mesmo um momento real pra vocês particularmente no Reino Unido. Lauri: Sim, foi mesmo emocionante, sabe, aquele álbum é o álbum-chave da nossa carreira e foi muito divertido voltar para aquelas imagens e sentimentos. Eu via na plateia, sabe, as pessoas estavam vivendo aqueles dias de novo e é como um salto no tempo. Como uma máquina do tempo, voltar a 2004, 2003. Foi muito, muito legal e eu gostei muito. Eu também sempre gostei desse tipo de pensamento conceitual quando se trata de escrever música ou coisas do tipo, mas também funciona em uma situação ao vivo, sabe, voltar a uma era, pegar todas aquelas imagens de vídeo e, tipo... É muito, muito legal. Então eu espero fazer algo do tipo de novo no futuro, talvez daqui a 15 anos a gente possa fazer desse novo álbum, tipo voltar a ele, não sei. Entrevistador: Sim é uma área legal de se explorar, definitivamente funcionou muito bem. Bem, enquanto isso, parabéns pela nova música, estamos ansioso pra ouvir mais e saber mais detalhes, e é, ansiosos por todos esses shows da turnê e tudo mais. Desejo o melhor, aproveite a linda Helsinki onde você está agora. Lauri: Muito obrigado, foi bom conversar com você. Entrevistador: Obrigado a todos! Tradução: Amanda Benevides e Mariê Machado Postagem: Misael Beskow "Tudo o que nós passamos no último ano está resumido no álbum" - Lauri e Aki para Kaaos TV28/5/2021 No último dia 14 de maio, Lauri e Aki foram entrevistados pelo canal KaaosTV no YouTube, onde falaram mais detalhadamente sobre as inspirações para a composição do novo álbum e o lançamento do single Bones. Além disso, eles mencionam os planos para a turnê em 2022 e como a banda se organizou para realizar esse novo trabalho durante a situação difícil da pandemia. Abaixo segue a tradução da entrevista na íntegra, e no final do post está o vídeo ;D Entrevistador - Olá a todos! KaaosTv está hoje aqui no escritório da Supersong music e estamos aqui com Aki e Lauri do The Rasmus. Então, antes de tudo, olá pessoal e bem-vindos ao KaaosTv. Lauri - Obrigado. Bom te ver de novo! Aki - Sim, é bom te ver de novo, já se passaram, talvez, quatro anos? Entrevistador - Não, já se passaram apenas alguns anos, na verdade era 2019 quando nos falamos da última vez. Aki - É bom estar de volta! Entrevistador - Obviamente temos vivido tempos bastante interessantes recentemente, como tem sido esse ano para vocês? Lauri - Sim, tem sido difícil. Você sabe que temos todos esses planos, já havíamos reservado o estúdio em maio do ano passado. Estávamos indo para a Inglaterra para gravar o novo álbum e de repente o corona aconteceu. Na verdade, nosso último show foi na na Cidade do México em março do ano passado. Entrevistador - Logo antes dessa pandemia. Lauri - Sim, todos nós tínhamos planos do tipo, ok, agora vamos nos preparar para o estúdio, vou fazer essa boa produção e tudo mais e então tudo foi encerrado. E aí tivemos que repensar, como diabos vamos fazer isso agora? Nós vamos conseguir? E então decidimos tipo, ok, vamos tentar... vamos tentar trabalhar remotamente porque eu moro no Havaí e Eero, o baixista, mora na Austrália e Aki e Pauli moram na Finlândia. O produtor mora na Inglaterra e a gravadora está na Suécia, então é uma espécie de loucura. Então decidimos, ok, vamos tentar, vamos trabalhar remotamente e só conseguiremos nos ver na tela do celular ou laptop e foi tipo, isso é tão ruim, sabe? Estamos acostumados a ter essa interação na mesma sala e ter uma reação rápida às coisas, toda aquela energia e tudo mais, então, de repente, estamos com uma conexão ruim em um fuso horário diferente e tentando escrever um obra-prima, o que foi realmente difícil. Aki - Sim, acho que você disse que não vamos conseguir fazer isso, não vai ser bom. Ele estava gravando sozinho todos os vocais no Havaí e estávamos esperando o novo material vindo do Lauri. Ele nos enviou os novos vocais e nós meio que o pressionamos a fazer isso. No começo você estava tipo eu não sei, eu não vou fazer isso, é muito difícil ou algo assim, mas de repente ficou mais fácil ou de alguma forma você conseguiu. Lauri - Sim, acho que tomei o remédio certo (risos). Foi difícil e você sabe, quando você tem suas expectativas e tipo, eu recebo energia dos caras que eu conheçe, estando juntos, mesmo que seja só eu quem está cantando os vocais, eu sei que eles estão lá no estúdio ouvindo, mas se eu estou sozinho no Havaí e sei que nesse momento os caras estão dormindo na Europa, então eu me sinto tipo... Foda-se! Agora estou tão sozinho. Você não recebe aquele feedback instantâneo do que você está fazendo, então foi difícil no começo, mas de qualquer maneira, eu acho que nós meio que tentamos fazer disso um tema para o álbum, aquela distância e essa separação, e afinal foi uma coisa bela e emocional de se ter, porque nos conhecemos tão bem depois desses 25 anos tocando juntos, e ainda que seja fácil de manter contato, apesar de todos estarem longe de você, fomos capazes de seguir em frente e todos nós temos vivido em um ano muito difícil, todos nós. Então foi uma boa inspiração para nossa música melancólica. Aki - E também temos sorte de não ser uma banda nova, então nos conhecemos muito bem, o que tornou tudo mais fácil, quero dizer, não consigo imaginar uma nova banda nesta situação, morando em países diferentes, foi fácil para nós. Eu também estava gravando bateria aqui em Helsinque, no Atomic Bomb Studios, com Nina Lauren e o produtor na tela do celular ou notebook o tempo todo, mas eu meio que gostei, considerei um desafio, tocar faixas de bateria realmente boas e mostrá-las para os caras porque eu realmente acho que fiz um ótimo trabalho no estúdio e fiquei muito orgulhoso de mandar pra eles. Esta é a bateria do primeiro single e acho que os caras também gostaram, e também não houveram problemas no estúdio, tudo foi bem confortável e legal, eu fiz minha atmosfera lá como se fosse "dia de bateria", você sabe, eu estava realmente focando nas gravações. Lauri - Sim, eu meio que criei novos hábitos para entrar no clima e captar o sentimento. Eu moro no Havaí, é bem diferente, la é ensolarado e as pessoas falam de surfe e você ouve reggae por toda parte, tem churrascos e festas e... Entrevistador - E aí temos Corona no mundo todo, então é assim, meio misturado. Lauri - Eu sei, mas você sabe, é que não é o meu tipo de cenário. Gosto de estar lá, amo a natureza e tudo mais, mas queria trabalhar. Na verdade, tenho um pequeno espaço de trabalho, tenho um quarto minúsculo que estou alugando e eu ia lá basicamente no meio da noite, então fiz meu alarme tocar às 4:00 da noite, então como ainda é noite e eu ainda estou meio dormindo, vou para meu quarto escuro e começo a tocar neste tipo de "Twilight Zone" para entrar no clima certo, e meio que funcionou para mim, porque se eu apenas for à praia e fizer algo assim, não consigo escrever a música do The Rasmus. Eu tinha que gostar de criar essa atmosfera para mim mesmo. Aki - Mas para ser sincero, eu fiquei um pouco preocupado quando vi seu Instagram de todas as manhãs, tipo 4:00 da manhã, ele estava andando lá fora, eu estava tipo, oh meu Deus o que é que esse cara está fazendo? Fiquei preocupado com isso, ele explicou que tem acordado muito cedo e tem ido trabalhar de manhã. Eu estava tipo ok, isso é estranho, cara estranho, mas sabe? (Risos) Lauri - Uma parte disso foi porque eu conheci um cara que era meu amigo no Havaí e ele gosta de meditação, algo espiritual e ele estava me dizendo que acordava todas as noites às 4:00 para fazer a meditação e então voltava a dormir. É como os monges fazem, sabe? No mosteiro ou algo assim. Eles acordam muito cedo para fazerem algo. E eu pensei, oh, eu tenho que tentar isso e talvez funcione com a minha música ou algo assim, sabe? E realmente funciona. Entrevistador - Você acha que isso se refletiu no álbum de alguma forma? Lauri - Eu acho que sim, muito. E também, tudo é estranho, como no meu espaço de trabalho é nos fundos de uma sala industrial, então eu tinha que andar até lá e é meio assustador e silencioso, com ganchos pendurados no teto, e eu gosto de ir lá no meio da escuridão, sabe, no meio da noite e isso me deixa no clima certo para compor músicas. Entrevistador - Ok, falando sobre trabalhar com o produtor nessa época, foi uma experiência difícil? Ou vocês já conheciam o produtor antes? Aki - Antes de começarmos o processo de gravação, nós o conhecemos. Entrevistador - Ok então isso faz uma grande diferença. Aki - Sim, tínhamos um plano muito bom, como ele (Lauri) disse, fomos à Espanha duas vezes. Primeiro só com a banda e depois na segunda vez levamos o produtor conosco, então o conhecemos muito bem. Nós também íamos à sauna juntos, todos pelados, e nós cozinhamos para ele e ele cozinhou para nós, foi como se fosse uma viagem escolar divertida. Entrevistador - Sim, porque isso significa muito nestes tempos. Realmente conhecer o produtor e ele conhecer suas piadas e suas personalidades, caso contrário, será bem difícil. Aki - Com certeza, mas acho que esse cara odeia nossas piadas em vez de gostar delas (risos). Ele mora no Reino Unido, mas é originário da Dinamarca, então essas piadas escandinavas meio que são parecidas. Entrevistador - Então, falando sobre o próximo álbum, você o escreveu completamente durante essa época do Covid ou foi parcialmente escrito antes de toda essa tempestade chegar? Lauri - Parcialmente escrito antes, quer dizer, às vezes as ideias levam anos para se desenvolver e encontrar sua forma, mas a maioria das coisas foi definitivamente escrita no ano passado, especialmente as letras. Quase tudo foi escrito no ano passado durante esses tempos, então eu acho que pode ser lido muito nas entrelinhas, sabe, esse tipo de sentimento e desespero. Entrevistador - Então você sentiu que foi como se fosse uma sessão de terapia para você? Compondo este álbum, você sentiu uma espécie de fuga da realidade quando estava criando música? Lauri - Sim, definitivamente é importante, pelo menos para mim, não parar, em vez disso fazer coisas neste tipo de situação, porque não podemos ir para a estrada, não podemos fazer shows. Entrevistador - Então você pode facilmente se sentir triste estando em casa. Eu acho que é muito melhor fazer algo criativo do que apenas ficar em casa. Lauri - Sim, eu fiz muitas músicas além de música do The Rasmus, comecei meu canal de bedroom sessions no YouTube, tem sido divertido, eu quero me sentir próximo da experiência de tocar em um show ao vivo e isso é talvez o mais perto que eu posso chegar disso, então eu toco esse tipo de versão ao vivo de músicas que têm sido importantes na minha vida. Entrevistador - Então você pensa nelas muito antes ou é apenas como algo que você simplesmente decide que quer fazer isso e você faz? Lauri - Eu pensei sobre as músicas que eu gostaria de tocar, porque há músicas que são como a trilha sonora da minha vida de certa forma. Mas, eu só vou lá de madrugada e começo a praticar a música. Eu não sou um pianista muito bom ou algo assim, então eu mal consigo terminar a música e eu apenas gravo e depois lanço lá para que você tenha aquele sentimento de fragilidade com aquilo. Entrevistador - O sentimento original do rock. Lauri - Sim, tem sido divertido e também terapêutico fazer isso, são músicas dos Beatles ao Slayer e, claro, as músicas do The Rasmus. Eu fiz várias versões de músicas antigas do The Rasmus, então sim, esse é o meu pequeno hobby. Entrevistador - Então o primeiro single que vocês vão lançar na sexta se chama Bones, mas antes de falarmos sobre isso, vocês já tem um album finalizado, todo pronto ou ainda tem algumas coisas que vocês precisam adicionar? Aki - Bem, nós temos um monte de músicas prontas, mas também estamos trabalhando mais nas músicas agora. Mas eu acho que sim, acho que será concluído em breve. Mas é uma sensação fantástica, sabe, quando temos muitas músicas prontas e decidimos quais músicas vão para o álbum e quais vão estar no álbum. Entrevistador - Uma coisa boa dessa época de corona é que agora você tem tempo para pensar sobre as coisas e se você precisar escrever uma nova letra, no meio da música ou no meio do álbum, você pode fazer isso, mas é claro que também é perigoso. Porque é sempre assim que a gente pensa (em refazer)? Aki - Sim, "vamos fazer isso de novo". Lauri - Isso acontece. Se demorar muito, assim, é bom mas... Entrevistador - Você analisa demais. Lauri - É. E você faz outra coisa. É melhor tentar capturar esse momento e acho que agora estamos superando essa coisa de corona. Pelo menos agora parece estar melhor, então eu acho que tudo o que nós passamos no último ano está resumido no álbum e isto é um capítulo de livro do The Rasmus sabe, e então ir em frente e fazer outra coisa da próxima vez, pra tipo encerrar essa parte. Entrevistador - Então como eu já mencionei, a primeira música que será lançada na sexta se chama Bones, e vocês podem contar um pouco da faixa, é algo que foi finalizado como a primeira música do álbum, ou há algum significado mais forte por trás da faixa? Lauri - Bom, essa música fala sobre karma, e eu mencionei mais cedo que eu conheci um cara que é tipo espiritual e ele me levou a esses tipos de pensamentos, pensamentos profundos sobre karma e todo esse tipo de coisas como busca pessoal e esse tipo de coisa, eu tive muito, talvez muito tempo para entrar nos meus pensamentos no último ano e o karma é uma coisa interessante, eu acredito nisso tanto, tipo, qualquer coisa que você faça na sua vida tem um significado, e se eu olho pra trás na nossa carreira e penso em todas as decisões que tomamos e as coisas e fizemos, tudo teve alguns efeitos em muitas coisas, sabe, na vida de muitas pessoas, como na de muitos dos nossos fãs. Entrevistador - Eu acho que vocês ouvem bastante essas histórias quando estão na estrada. Lauri - Sim, talvez isso vá mais para o lado do destino, mas enfim, apenas pensando nesses pensamentos profundos e karma é um deles, então eu realmente senti que era uma boa combinação com as melodias e essa música veio muito facilmente ,e é sempre um bom sinal, você não precisa se esforçar ou pensar muito, soa praticamente pronta quando nasceu. Aki - E eu acho que foi uma das primeiras faixas que nós terminamos. Entrevistador - Okay, e isso foi te dando uma orientação para onde seguir. Aki - Sim, uma dessas músicas chave como dizemos. Lauri - É difícil escolher o single, eu nunca quero fazer isso. Entrevistador - São todos seus bebês. Lauri - Sim, meus bebês. Entrevistador - Você tem que escolher um. Aki - Você se apaixona por eles por diferentes razões, eu quero dizer, você pode se apaixonar pelo som ou por um pedaço da letra, ou outra coisa, é realmente difícil, e eu acho que como banda nós somos muito ruins escolhendo os singles e eu sempre voto na errada ou algo que eu não sei. Lauri - Sim, eu digo, quando foi hora de escolher por exemplo In The Shadows ou outra coisa, eu não escolhi aquela, eu escolhi outra coisa. Aki - Então, eu votei em Guilty. Lauri - Eu também! Lauri - E eu fiquei tipo ok, eu acho que foi uma boa escolha, sabe, alguém disse “não não caras, essa é A música” então, ok, tanto faz. Entrevistador - Você alguma vez duvidou do que outras pessoas diziam a vocês. Lauri - Bem, é bom ter uma opinião de fora. Aki - Por sorte temos pessoas em quem confiamos sabe, entre nós. Lauri - Sim. Entrevistador - Pessoas que sabem a história toda da banda. Lauri - Sim, da gravadora, temos um cara que estava conosco há 20 anos atrás, mais de 20 anos atrás, então nós confiamos nele completamente com esse tipo de coisa, quando o álbum está pronto é divertido dá-lo a outra pessoa com audição fresca. Entrevistador - Escutar as cegas seu próprio material, então eu acho que essa é uma das razões de ser tão difícil de escolher um single. Lauri - E uma coisa, já não falando do álbum, nós tocamos para muitas pessoas diferentes, muitas pessoas tem favoritos diferentes, então não é somente uma música que todo mundo fala “oh, essa é A música”, e é interessante, eu acho que é um bom sinal, eu espero. Entrevistador - Sim, claro porque se as pessoas têm opiniões diferentes é sempre bom, nunca é bom se todo mundo acha que as mesmas faixas são as melhores. Aki - Muitas bandas focam somente nos singles, eu acho que é uma coisa muito positiva que nós tenhamos uma variedade de músicas e as pessoas escrevam as suas favoritas e isso se espalhou, e isso fez um álbum forte. Entrevistador - O álbum inteiro é forte. Aki - Absolutamente. Lauri - É realmente bom pensar em álbuns, nós somos uma banda à moda antiga nesse sentido, nós gostamos de criar como conceitos e nós temos tudo em volta do mesmo tema quando o álbum sai, é ótimo, funciona e também é uma boa ferramenta pra escrever algo, pois quando você decide “okay, é isso”, como nós tivemos o nome do álbum que eu não vou falar agora, mas nós tivemos isso numa etapa muito cedo, então é bom nós termos todas essas peças e estão começando a se juntar nas nossas mentes, tipo, sobre o que é, e aí você começa a escrever, então começa a ter mais significado. Aki - É bom fazer em frames ou um storyboard para o álbum também, então nós temos um título e daí algumas fotos ali e algumas demos ali, então de repente nós todos vemos claramente e temos a mesma visão e o mesmo objetivo que estamos tentando alcançar. Entrevistador - Então ali há pelo menos um pequeno conceito por trás do álbum. Lauri - Sim, há, mas agora eu acho que nós focamos na primeira faixa e devagar revelamos o álbum no próximo ano quando for a hora de lançar. Entrevistador - Então obviamente, o próximo grande evento, esperamos que para todos nós, será quando vocês irão fazer um show em agosto. Aki - Ainda está no calendário. Entrevistador - Sim, ainda está no calendário, e eu pelo menos estou esperançoso que aconteça afinal, então o quanto vocês estão esperando pra voltar aos palcos de novo e fazer um show. Aki - Bem, eu acho que pelo menos pra mim é o motivo pelo qual eu faço isso, eu realmente amo estar em turnê e tocar nos shows e com esses caras é uma sensação incrível, é algo que você não pode obter em nenhum outro lugar, é simplesmente aquele momento, com todos os erros e todas as coisas divertidas e tudo aquilo, sabe, é simplesmente incrível, eu tenho pensado muito nisso, diariamente, no último ano. Entrevistador - Todos os alienígenas viciados chegando lá e tendo seus picos de adrenalina. Aki - Então, eu aproveito mais do que falando com os jornalistas, e é uma parte da minha vida, grande parte do meu estilo de vida, eu realmente curto, eu sinto falta, pra ser honesto. Lauri - Da última vez nós tocamos no México, mais de um ano atrás foi último show, então eu percebi “Oh meu Deus nós precisamos começar a praticar logo. Aki - Isso é bem verdade. Lauri - Nós assumimos. Aki - Nós estamos nos perguntando ontem “nós devemos ir a sala de ensaios?”. Lauri - Agora é um momento raro, o Eero chega hoje, acho que hoje mais tarde, então nós estamos todos no mesmo país, na verdade foi bem difícil trazer o Eero aqui, ele mora na Austrália. Entrevistador - E eles são muito estritos. Lauri - Eles são super estritos, houveram todas essas cartas de todos explicando porque precisamos dele aqui, eles não liberaram ele facilmente. Aki - Não são somente regras, são leis. Lauri - Então pra mim foi muito fácil do Havaí pra cá, eu só tive que preencher muitos formulários, fazer testes e essas coisas. Eero está vindo esta noite então agora é bem legal nós podemos nos reunir em alguns dias depois que ele sair da quarentena e ficar a par das notícias. Entrevistador - Sim, claro. Então obviamente como nós já mencionamos, se passou um ano, quase um ano e meio desde os ultimo shows propriamente ditos, então se vocês pudessem ver qualquer banda fazendo um show, qual banda vocês gostariam de ver depois dessa pandemia e porque? Aki - Tem algo em mente? Lauri - Nós justamente falamos de Red Hot Chilli Peppers, antes disso, e essa é uma das bandas que nos influenciaram, especialmente no começo, eles parecem sempre se divertir no palco. Entrevistador - Com certeza sim. Lauri - Eu sinto que, qualquer banda, não importa, tipo o Evanescence está fazendo uma grande turnê, eu acho que esse ano. Eu acho que as pessoas estão tão desesperadas pra ver alguns shows, então você não precisa nem ser o maior fã, é somente “eu só vou lá e me divertir nos shows” sabe, quando as portas abrem as pessoas ficam loucas. Entrevistador - Sim claro. E quanto a você (Aki), tem alguma banda em mente? Aki - Bem, Red Hot Chilli Peppers é realmente uma boa escolha porque eles não tem uma faixa de fundo, eles só sentem a música e tocam o que querem, eles improvisam, é muito louco. Entrevistador - 100% rock. Aki - Sim, mas eu estava assistindo alguns clipes do Coldplay, e eu acho que eles realmente sabem como se desenvolver e manter isso, eu digo, eles estão desenvolvendo o seu som, como se diz, um quebra cabeças num padrão, eles realmente criam algo novo todo o tempo, e eu acho que é uma das bandas que eu gostaria de ver, pois como eles tocam “Yellow” que é baseado na banda e como eles mudam um set para quase um set de dj no palco, isso seria realmente interessante de ver, então eu escolheria Coldplay. Entrevistador - Então, antes de encerrarmos eu quero perguntar a vocês um pouco sobre o futuro, como vocês o vêem, tem a próxima primeira turnê propriamente dita, vocês vão fazê-la no próximo ano em outubro. Lauri - Nós divulgamos as datas da turnê, haverão mais datas chegando, em therasmus.com você pode conferir os shows e será uma certa espera, por que será no final de 2022, então é mais de 1 ano esperando até a turnê começar, mas a razão para isso é que nós estamos viajando de um país para o outro basicamente durante toda a noite, então será muito difícil se nós precisarmos de três dias de quarentena entre cada show. Entrevistador - Sim, restrições de fronteiras. Lauri - Isso é basicamente impossível, então nós precisamos esperar até que as coisas melhorem um pouco. Nós temos muitos fãs na América Latina, e infelizmente no momento a situação lá está grave, por exemplo no Brasil, e parece bem ruim, eles estão tendo um momento difícil, eu deixo meus desejos que tudo melhore em breve, mas nós temos que adiar um pouco. Entrevistador - Sim, esperar que esteja seguro para os fãs. Lauri - Sim, porque se nós dissermos que vamos fazer esse ano e tivermos que mudar, não seria justo. Aki - Claro que nós esperamos adicionar muito mais shows, mas vamos ver como as coisas se desenvolvem, eu realmente espero que tudo abra em breve e nós possamos ser livres novamente. Entrevistador - Acho que isso é o que todos nós esperamos. Então muito obrigado pela conversa e desejo o melhor para o futuro. Há algo que vocês gostariam de dizer, as últimas palavras para todos os fãs ao redor do mundo assistindo isso mais tarde? Lauri - Bem, nós sentimos muito a falta de todos vocês, confiram a nova música, Bones, e haverão mais vindo em breve, confiram o Instagram do The Rasmus e therasmus.com, esses são os lugares para shows e tudo mais e todas as informações. Fiquem bem e saudáveis. Aki - Vemos vocês em breve! Tradução: Amanda Benevides e Jacqueline Costa Postado por: Misael Beskow
Ontem, Lauri foi entrevistado no programa "Puoli seitsemän" da YLE Areena, na Finlândia, como parte da divulgação do novo single Bones. Abaixo segue a tradução de um dos trechos abordados na entrevista, com algumas curiosidades sobre a vida de Lauri no Havaí. Créditos ao The Rasmus Support Mexico pelas informações!
Lauri Ylönen, o personagem principal do The Rasmus, disse que tomou muitas decisões repentinas em sua vida. Assim como a mudança de paisagem no meio do Oceano Pacífico. Ele se mudou para o Havaí com sua esposa Katriina e seu filho Oliver há três anos, e acha que a decisão foi muito bem sucedida. - "A ilha tem sua própria atmosfera. Pode soar clichê, mas realmente há reggae e ukulele, as famílias gostam de fazer churrasco nos parques, e lógico, surfar ali", disse ele no programa Puoli seitsemän. Quase em todas as partes do mundo já é possível encontrar algum tipo de comunidade finlandesa. Quando está longe, os compatriotas desconhecidos se tornam surpreendentemente importantes. Segundo Lauri, algumas centenas de finlandeses também moram no Havaí. - "Era o mesmo quando morávamos na Califórnia, e muito rapidamente nos convidaram para eventos conjuntos com a ajuda do Facebook - Hey, vamos, estamos fazendo bolos da Carélia (uma região Russa)". A "panelinha" finlandesa também celebrou o Dia da Independência e o Natal no Havaí, e os amigos estadunidenses se encantaram com a delicada e triste canção Varpunen (Pardal, em português) na manhã de natal. - "Perguntaram porque somos tão conversadores, mas eles simplesmente não se dão conta da história", Lauri sorriu. E o que seria dos eventos finlandeses sem pão de centeio? - "Não faz muito tempo, pedimos um grupo de pão de centeio finlandês e doces finlandeses em uma loja online, porque a Finlândia tem os melhores doces. O pedido pesava 28 libras (aproximadamente 12 quilos) quando chegou". - "Se não houver pão de centeio no congelador, vai ser desconfortável". Abaixo está o vídeo da entrevista na íntegra (disponível também no site da YLE): Tradução: Jacqueline Costa Postado por: Misael Beskow
Lauri lançou nesta sexta-feira (07/08) um novo single solo chamado "A New Day", junto com um lyric video. O single foi produzido por Lester Mendez, um produtor renomado que já trabalhou com Shakira, Jessica Simpson, Nelly Furtado, Carlos Santana, Macy Gray e Enrique Iglesias.
Lauri disse em uma entrevista que escreveu este single para um outro artista (Adam Lambert), mas acabou lançando a canção ele mesmo.
"Este ano na América tem sido a melhor coisa desde há muito tempo. Ganhei novas perspectivas e dimensões, tanto na música quanto na minha vida pessoal. Me apaixonei tanto por essa canção que tive de lançá-la" - disse Lauri em entrevista ao mtv.fi.
Abaixo você encontra o lyric video de "A New Day":
Lauri esteve ontem em várias estações de rádio para divulgar o lançamento do novo single. Abaixo você pode conferir os links das entrevistas originais (em finlandês): - voice.fi (você pode votar na canção clicando em "Kyllä" = boa canção) - YleX - mtv.fi - Radio Aalto - Suomipop (alguns vídeos) Aqui a entrevista no YleX traduzida para o inglês (Créditos: Sharazan Finland): E aqui estão algumas fotos das entrevistas:
Fonte e créditos: The Rasmus Music
Postado por Misael Beskow, em 07 de agosto de 2015 Hoje a página do programa Ídolos no Facebook (na Finlândia) compartilhou um breve artigo do site mtv.fi sobre a adolescência do Lauri e o início da sua carreira musical no The Rasmus. O artigo traz várias fotos do vocalista ao longo dos anos, mostrando as mudanças em seu estilo. Abaixo está a tradução completa do artigo! Atualmente como jurado do Ídolos, Lauri Ylönen era apenas um adolescente quando a popular banda The Rasmus iniciou. The Rasmus começou há quase 20 anos, em 1994. Naquela época, o vocalista Lauri Ylönen tinha apenas 15 anos de idade. Mas a popularidade da banda, no entanto, aumentou em 1996, quando a banda mudou-se de sua garagem para os estúdios da Warner Music. Naquele mesmo ano a banda lançou o seu álbum de estreia, Peep. Ylönen tinha apenas 17 anos quando a popularidade da banda aumentou vertiginosamente. — A primeira apresentação foi uma das experiências mais importantes da minha carreira. Eu estava no segundo grau. Nos apresentamos para outros alunos da escola com a canção The Final Countdown do Europe. Eu toquei algumas panelas, então eu era um baterista na época. Foi uma experiência emocionante. Assim começou a paixão pelo palco — diz Lauri. — Em 1994 começamos com o The Rasmus. Nos apresentamos em novembro em uma festa de Natal na escola. Tocamos algumas de nossas canções, bem como alguns covers, como Master Of Puppets do Metallica, Polly do Nirvana e Hän Mies do Kummeli. Foi um show difícil. Foi a primeira grande mudança na carreira da banda. No momento, Lauri está atuando como jurado no décimo aniversário do Ídolos (na Finlândia). Fonte: Lauri Ylönen Fans All Over The World
Postado por Misael Beskow, em 19 de novembro de 2013 |
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