Na semana passada, Lauri participou de uma videochamada com a revista britânica Rock Sound, onde ele conversou sobre o lançamento do novo single Bones, sobre o próximo álbum, os planos futuros da banda e sobre como manter a criatividade no lockdown por meio de sua série de covers e performances no "Bedroom Sessions". Confira abaixo a tradução da entrevista na íntegra e, no final do post, o vídeo completo! Entrevistador: Ei pessoal! James Wilson Taylor aqui, da Rock Sound, esta é uma das nossas últimas videochamadas que gravamos. Estamos conversando com bastante gente no momento, enquanto estamos todos meio presos em casa, e estou feliz em dizer que temos Lauri do The Rasmus na linha. Como você está, cara? Lauri: Bem! É bom estar na Finlândia. Entrevistador: Sim! Eu disse que estávamos presos em casa, mas você consegue sair por aí. Isso é lindo, me conta, onde você está agora? Lauri: Estou andando nas ruas de Helsinki, acabei de ter uma reunião com os caras da banda, nós estávamos planejando o próximo videoclipe e um monte de outras coisas. Tem sido uma semana ocupada lançando uma nova música, é legal, coisas estão começando a acontecer de novo. Eu tenho um bom pressentimento. Tem sido um ano terrível para todos nós. Entrevistador: Sim, a gente meio que começou o ano do mesmo jeito, né? Eu espero que você, sua família, seus amigos e seus colegas da banda estejam se mantendo seguros e sãos durante toda essa loucura. Mas, parece que foi um período produtivo para você, cara, você tem trabalhado em muitas coisas de casa, pelo que parece. Lauri: Sim, tivemos que reorganizar muito as coisas porque tínhamos o estúdio reservado, na verdade, íamos gravar na Inglaterra, estávamos agendados ano passado, desde o início de maio. Então, de repente, a COVID começou a acontecer e tudo foi cancelado, e ficamos numa situação ruim porque eu moro no Havaí, o baixista, Eero, mora na Austrália, o resto dos caras na Finlândia, e o produtor na Inglaterra. Então tínhamos caras de todo o mundo precisando se comunicar através de telefones ou telas de laptop e decidimos tipo, ok vamos tentar fazer o álbum assim, nas telas, e não foi muito fácil pensar em fazer isso. Demorou um pouco para superar a raiva e aceitar que isso era a única coisa que podíamos fazer além de desistir, então decidimos fazer dessa forma, estávamos em continentes diferentes trabalhando no novo material. Entrevistador: Ah, isso é bem legal. Esta situação horrível tem acontecido, mas pelo menos acontece nesta época em que temos tecnologia para manter as coisas funcionando. Como foi a adaptação para essa nova metodologia de trabalho para vocês? Foi difícil para vocês no começo ou foi fácil pra vocês? Lauri: Eu não gosto de falar ao telefone, principalmente por mensagens de texto, etc. Eu acredito no contato físico e na química que acontece quando estamos juntos. Na maioria das vezes, as melhores ideias aparecem depois do dia que passamos no estúdio, quando a gente sai pra beber ou jantar. É assim que as melhores ideias surgem, então eu fiquei um pouco preocupado no começo, quando tudo começou. Mas depois isso meio que virou o tema, ou conceito pro álbum, estar separado ou vivendo nesse mundo louco, onde tudo é muito instável e ninguém realmente sabe o que está acontecendo. Então nós conseguimos capturar isso no álbum, o que se tornou uma ferramenta para nossa inspiração e eu fiquei muito feliz com os resultados. A gente sempre compôs músicas muito melancólicas mas agora tem um “tempero” a mais (risos). Entrevistador: Faz total sentido, é música para a época que estamos vivendo. E falando nisso, sobre as gravações, o single acabou de ser lançado, parabéns, “Bones” está aí pro mundo ouvir. Conte-me um pouco sobre como foi compor essa música e por que você queria que ela fosse o primeiro gostinho dessa nova era / álbum? Lauri: Na verdade, foi a primeira música que completamos, então essa música nasceu de uma forma muito natural, meio que estava lá no início e eu acho que quando algo assim acontece, você não precisa forçar. Parece certo, se pensamos que esta é uma boa música para começar. É um tipo de som um pouco diferente ao que estamos acostumados e, bem, não sou a melhor pessoa para escolher os singles. Normalmente, eu escolheria algo realmente estranho, porque eu me apaixono pelos detalhes, que as pessoas em posições maiores (produtores, por exemplo), nem ouvem. Estou muito próximo da minha própria música, alguns de nossos amigos disseram que essa é uma boa música, eu gosto dela e soa meio que uma música tema de James Bond (risos). Entrevistador: Ela tem meio que essa pegada mesmo, eu peguei isso. Tem um pouco dessa pegada ali. E o quanto ela indica o tom do que está por vir? Sabe, eu não sei o quanto você quer revelar mas a gente sabe, é claro, que tem um álbum, e ele está chegando, claramente refletindo os temas mais amplos do mundo ao menos um pouco. Mas estamos no mesmo território musical do single, ou o que... O que você acha que quer revelar sobre o que está por vir? Lauri: Eu não quero falar demais sobre isso ainda, mas o álbum está chegando no ano que vem, então... Eles não esperam, mas o que é normal pra gente é que sempre exploramos um pouco, sabe, diferentes tipos de produções. Tentamos escutar as músicas e deixar que elas cresçam no seu próprio sentido, sem ficar com medo que elas todas, sabe, meio que soem parecidas. Como se elas tivessem vida própria. Então vai ter tipos diferentes de músicas, todo tipo de coisa. E agora a gente só está trabalhando em algumas das últimas faixas, e pode ser que a gente tenha algumas colabs e coisas do tipo, mas eu não quero falar muito disso ainda. Entrevistador: Bem, uma coisa que a gente pode falar sobre então. Sabemos que a turnê está chegando, a turnê foi anunciada e eu tenho certeza que, como qualquer outra banda sob o Sol, vocês devem estar absolutamente desesperados pra voltar aos palcos na frente das pessoas. Me conta um pouco, você deve estar pensando sobre como esse próximo show ao vivo vai ser pra vocês, né? Lauri: Sim, essa é a cereja do bolo, as turnês e apresentações, concertos... Eu acabei de perceber o quanto isso me faz falta, sabe, e esse último ano foi tipo sentar em casa e escrever músicas, o que é ótimo mas eu nem tinha certeza se a gente ia conseguir mesmo voltar a fazer turnê, e eu fiquei realmente deprimido pensando nisso. Então agora que algumas das datas foram liberadas eu me sinto bem, é no final de 2022, o que é daqui a bastante tempo, mas pelo menos é algo de concreto esperando a gente. Temos muitos outros dias vindo por aí e acabamos de ter uma reunião com a banda, temos todas essas ofertas chegando, as coisas estão só começando pra gente com esse álbum então é muito excitante. Mas já que não foi possível fazer as turnês e apresentações, eu comecei uma coisa... Comecei a fazer essas lives no meu quarto, as chamo de "Bedroom Sessions", no YouTube. Eu só toco versões cover de músicas que foram importantes pra mim em algum ponto da minha vida, ou que me fizeram o músico que eu sou hoje, ou algumas faixas do The Rasmus que eu gosto. Então isso foi tipo a coisa mais próxima que eu pude fazer, essas pequenas gravações, e tem sido muito divertido. Eu acabei de começar, faz uns dois meses, mas é quase uma terapia pra mim e eu posso fazer em qualquer lugar, sabe? Estou na Finlândia agora, eu visitei a minha casa de campo e fiz um vídeo lá, a natureza me inspira muito. Tipo eu poderia fazer isso em turnê, no quarto do hotel, sabe, é bem divertido. Entrevistador: A última coisa que eu quero perguntar pra você é, falando de turnês e tudo mais, da última vez que vimos vocês aqui no Reino Unido foi na turnê de aniversário do Dead Letters. Foi um grande momento e eu acho que assim como a música está voltando e estamos ansiosos por esses novos shows, como você se vê nessa turnê? Porque parece... quer dizer, pareceu mesmo um momento real pra vocês particularmente no Reino Unido. Lauri: Sim, foi mesmo emocionante, sabe, aquele álbum é o álbum-chave da nossa carreira e foi muito divertido voltar para aquelas imagens e sentimentos. Eu via na plateia, sabe, as pessoas estavam vivendo aqueles dias de novo e é como um salto no tempo. Como uma máquina do tempo, voltar a 2004, 2003. Foi muito, muito legal e eu gostei muito. Eu também sempre gostei desse tipo de pensamento conceitual quando se trata de escrever música ou coisas do tipo, mas também funciona em uma situação ao vivo, sabe, voltar a uma era, pegar todas aquelas imagens de vídeo e, tipo... É muito, muito legal. Então eu espero fazer algo do tipo de novo no futuro, talvez daqui a 15 anos a gente possa fazer desse novo álbum, tipo voltar a ele, não sei. Entrevistador: Sim é uma área legal de se explorar, definitivamente funcionou muito bem. Bem, enquanto isso, parabéns pela nova música, estamos ansioso pra ouvir mais e saber mais detalhes, e é, ansiosos por todos esses shows da turnê e tudo mais. Desejo o melhor, aproveite a linda Helsinki onde você está agora. Lauri: Muito obrigado, foi bom conversar com você. Entrevistador: Obrigado a todos! Tradução: Amanda Benevides e Mariê Machado Postagem: Misael Beskow
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