O site mexicano sopitas.com publicou anteontem uma matéria com Lauri, aproveitando a estreia do novo single Bones, onde ele contou um pouco sobre os planos da banda, o caminho de composição do próximo álbum e a sua carreira em geral. Abaixo segue a tradução do artigo na íntegra! 2021 não tem sido o ano de todos, mas felizmente não nos tem faltado música. Ao longo de todos esses meses, muitas bandas anunciaram seu retorno triunfante com shows programados para o futuro e principalmente com planos de lançamento de novos álbuns. No entanto, há quem surpreenda ao revelar que voltam depois de muito tempo sem lançar novas canções recém saídas do forno, como é o caso do The Rasmus. Como devem se lembrar, em 2017 a banda finlandesa lançou seu nono álbum, Dark Matters. Com este álbum eles saíram em turnê por grande parte do mundo e até visitaram nosso país um ano depois fazendo shows em Monterrey, Guadalajara e Cidade do México. Mas desde então, seu futuro - pelo menos para um próximo álbum - estava em espera, pois eles não davam sinais de vida, muito menos que estavam em estúdio. The Rasmus está de volta com uma nova música Para a surpresa de todos, no dia 14 de maio, o The Rasmus nos deixou surpresos ao estrear uma música chamada “Bones”. Com esta canção, um tanto dark e condizente com a época em que vivemos desde 2020, eles marcaram seu retorno triunfante, mas ainda assim o futuro do grupo e tudo o que farão ficou em suspenso por muito tempo. Mas não se preocupem, nós nos encarregamos de esclarecer muitas de suas dúvidas. É por isso que aproveitando o lançamento de seu novo single, tivemos a chance de conversar com o vocalista e frontman da banda finlandesa, Lauri Ylönen, que nos contou como foi voltar ao estúdio para gravar uma música, os planos que têm para este ano de lançar um novo álbum, a última apresentação que fizeram antes da pandemia no Vive Latino 2020 e, em geral, um balanço ao longo de sua enorme carreira de mais de 20 anos. O caminho para compor novas músicas Como mencionamos antes, já se passaram quase quatro anos desde que o The Rasmus nos apresentou seu nono álbum de estúdio, Dark Matters, e desde então seus fãs estavam esperando que eles lançassem novas músicas. Depois de muita incerteza, o que eles pediram foi finalmente atendido, mas desde o início não foi um processo fácil para a banda, pois eles tiveram que passar por muitas coisas para compor juntos novamente. “Fizemos uma turnê muito longa, tocamos muitas vezes até antes e depois de lançar um novo álbum, demos a volta ao mundo em algumas ocasiões. Então terminamos a turnê em março, que foi no show da Cidade do México e foi um grande festival, por falar nisso. Tivemos muito tempo e geralmente quando terminamos uma turnê ou enquanto estamos nela começamos a compor novas músicas e desta vez não foi uma exceção, eu escrevi muitas músicas nos últimos três anos para este álbum. Nós sempre tentamos fazer álbuns com músicas que achamos boas, não somos uma banda que diz 'ok, nós temos uma música legal' mas no fundo juntam tudo com puro lixo e lançam. Passamos muito tempo escrevendo o melhor possível. Eu acho que é importante se você tem uma carreira muito longa e para uma banda como a nossa, trabalhar um pouco como antigamente, quero dizer, a maneira de fazer discos e criar esses conceitos. É importante que os fãs tenham um ótimo álbum, a música é o mais importante e você não deve apressá-la”. The Rasmus e a curiosa história dos vírus que viveram no México O último show que o The Rasmus deu quando o coronavírus se tornou uma pandemia foi na Cidade do México, como parte da programação do Vive Latino 2020. Naquela época, eles não entendiam muito bem o que estava acontecendo e decidiram continuar com sua apresentação, mas o mais curioso é que não é a primeira vez que um vírus os pega em nosso país. Chame isso de coincidência ou não, eles passaram por momentos difíceis aqui. “Esse golpe foi estranho, porque a pandemia ainda não havia começado como tal. Na Europa muitos artistas pararam e disseram 'ok, talvez essa não seja a melhor ideia'. Na verdade, no Vive Latino estávamos nos bastidores dividindo o camarim com The Cardigans e, conversando, eles nos disseram que achavam que deveriam ir para casa no dia seguinte, mas disseram 'não sabemos se podemos voar ou se eles fecharam as fronteiras'. O sentimento era triste e foi um momento terrível porque a COVID começou a ser um problema sério e estávamos prestes a cancelar porque os casos haviam aumentado no México. Mas quando subimos no palco esquecemos tudo, eles foram um grande público e foi uma noite excelente para nós, nós realmente gostamos. Uma coisa semelhante aconteceu conosco anos antes. Tocamos no Auditório Nacional, tínhamos um show agendado e duas horas antes, já tínhamos feito a passagem de som e recebemos a notícia de que tinha um vírus maldito nas ruas (referindo-se ao H1N1 em 2009) e tudo foi cancelado. Não sei por que isso sempre acontece conosco no México, talvez sejamos nós”. Voltar com uma música sombria mas esperançosa Depois de encerrar abruptamente sua turnê no México, o The Rasmus tomou o máximo de tempo possível para compor novas canções. E a prévia de todo o trabalho que eles fizeram nesses meses foi “Bones”, uma música com uma vibe dark e que quando prestamos atenção na letra e na música percebemos que parece perfeita para tudo que passamos no último ano. Isso foi o que Lauri nos contou a respeito. “É inspirada por essa situação (a pandemia) de uma forma que, não foca tanto no coronavírus, mas quando tudo começou a fechar e todos estavam trancados em casa, passei muito tempo com meus próprios pensamentos. Repassei toda a minha vida e percebi que às vezes nadei em um mar de incertezas e pensei em coisas como destino, o carma, tudo que fiz nesta vida e o efeito que teve em muitas pessoas. Eu acredito em carma. Tudo o que faço tem influenciado outras pessoas e para mim é muito interessante pensar sobre esse tipo de coisa. Essa se tornou a ideia principal da música, comecei a imaginar o carma em diferentes situações. Não é apenas uma história, é como diferentes perspectivas da minha vida que talvez tenham acontecido comigo ou com pessoas próximas ao meu círculo. É importante reconhecer que o que você faz tem um efeito no mundo e ter isso em mente”. O que a banda pensa da música que temos hoje em dia? The Rasmus é uma das poucas bandas que podem dizer que ainda está viva depois de tantos anos na indústria da música. Apesar do fato de que graças a “In The Shadows” eles alcançaram fama mundial, com o passar do tempo e dos discos eles provaram ser mais do que um grupo “one hit wonder”. Eles viram todos os tipos de mudanças, desde a maneira como consumimos música até os gêneros que são ouvidos agora, mas o que Lauri acha do rock atual? “Acho que se presta a muitas interpretações. Quando começamos, o mundo era um pouco diferente, tinha um gosto diferente, o rock era diferente e até o pop era completamente diferente. Tudo muda constantemente e eu acho que faz parte da vida, é importante analisar diferentes tipos de música porque além do rock eu ouço coisas do eletrônico ao indie e pop. É interessante que as novas gerações tenham ideias novas que talvez se combinem com outras coisas além da música e é exatamente como deveria ser. Estou feliz por fazer parte dessa jornada, sabe? Aproveitar todas essas mudanças em vez de se assustar com elas. Na verdade, na Finlândia temos este concurso Eurovision e houve uma banda finalista chamada Blind Channel que se saiu muito bem durante a competição, e eles me fizeram sentir muito orgulhoso da Finlândia novamente, porque temos essas novas bandas legais em nosso país e de alguma forma eles estão redefinindo a cena do rock globalmente". “Tenho um canal no YouTube chamado 'Bedroom Sessions', onde faço covers de músicas que me influenciaram ou foram importantes na minha vida e, na verdade, duas horas atrás enviei um vídeo tocando uma música do Blind Channel e pedi para os caras tocarem comigo. Queria mostrar meu respeito por eles como banda porque eles tocam há muito tempo, então não é um sucesso imediato, nada vem de graça. Tenho orgulho dos meus meninos”. A maior satisfação de estar no The Rasmus Foram quatro anos intensos em que o The Rasmus não parou de tocar em todo o mundo e de compor sempre que teve a oportunidade. Claro que eles não são as mesmas pessoas e músicos que eram quando começaram neste negócio. Por isso o vocalista da banda finlandesa refletiu um pouco sobre tudo o que aprendeu ao longo dos anos e foi isso que ele respondeu a respeito. “Eu vejo como um todo, não são só os shows que fizemos ou a jornada que fizemos e tampouco a parte criativa, está tudo incluído, até as entrevistas; devo confessar que não gosto muito delas, sinto muito. Mas apesar disso acho que conversar com você e outras pessoas organiza minhas ideias e minha mente, não sou uma pessoa que goste de conversar tanto como estamos fazendo no momento, embora ter esse contato me faça bem porque me sinto conectado e consciente. Eu sou grato por viver esse tipo de vida, que de alguma forma rebelde eu fui capaz de largar a escola e simplesmente decidir tocar em uma banda. Corri esse risco e paguei, mas como disse antes, nada vem de graça. Têm sido tempos muito complicados, ganhamos e perdemos juntos como banda, mas os dois momentos são importantes e fazem parte da jornada. Eu o vejo como o emprego dos meus sonhos ou como você quiser chamá-lo, espero continuar nisso por muitos anos. Não quero desistir”.
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