Na semana passada, Lauri deu uma entrevista para a rádio Ruido Blanco do México, onde ele contou um pouco sobre a sua relação com os dois lugares diferentes onde ele viveu, a Finlândia e o Havaí; as dificuldades com a produção do novo álbum durante a pandemia e como isso também serviu de inspiração ao compor as músicas; e a relação da banda com os fãs e sua ligação com o México além, é claro, das novidades que estão por vir. Abaixo segue a tradução de tudo o que foi falado e no final do post está o vídeo da entrevista! Entrevistador: Lauri, como vai você? Lauri: Bem, bem, estou feliz de estar de volta a Helsinki, Finlândia! Entrevistador: Ah, é mesmo? Eu sei que você tem vivido por um tempo no Havaí, correto? Lauri: Certo, eu morei lá nos últimos 3 anos. Entrevistador: E que tal a mudança de clima de uma praia ensolarada para as congelantes cidades finlandesas? Lauri: Eu adoro, é a melhor coisa! Amo ter a possibilidade de ambos fazerem parte da minha vida. Sempre acreditei que dentro de mim eu tenho um lado obscuro e um lado luminoso, e eu realmente preciso de ambos. Se estou feliz demais, se estou muito iluminado, muito ao sol, na verdade eu fico muito triste. Então eu preciso ficar triste para poder voltar a ficar feliz. Entrevistador: Sim, te entendo perfeitamente. Nos conte um pouco sobre como você lidou com esta situação. Sei que já começamos a ver a luz no fim do túnel, mas tem sido um ano difícil não só para vocês ou para o mundo do entretenimento, mas sim para o mundo inteiro. Então, como vocês lidaram com a pandemia? Porque sei que o seu último show foi aqui na Cidade do México... Lauri: É isso, tínhamos planejado terminar a turnê na Cidade do México e conseguimos fazer esse último show, então fomos muito sortudos. Muitos artistas tiveram que cancelar as suas turnês, então tivemos sorte. Nós já tínhamos planejado entrar para o estúdio na primavera passada (hemisfério norte), então estávamos indo bem de tempo. Mas quando o mundo fechou foi muito difícil, não podíamos nos ver mais, você sabe? Eu estava no Havaí; Eero, nosso baixista, estava na Austrália; o guitarrista e o baterista, na Finlândia; o produtor na Inglaterra. Então estávamos pelo mundo todo… Entrevistador: E a sua gravadora está na Suécia, certo? Lauri: Exato! Entrevistador: Assim vocês estavam por todos os lados… Lauri: Então nós pensávamos: como diabos vamos fazer isso agora? Tínhamos o estúdio agendado e tudo parecia bem, mas de repente tudo foi cancelado. No início obviamente eu fiquei irritado e triste, mas depois pensei que poderia ter sido pior para mim. Muita gente está em uma situação bem pior que a minha, então eu não posso reclamar, eu só tinha que me recompor e tínhamos que fazer isso. Começamos a trabalhar online, de forma remota. Eu gravava meus vocais no Havaí, Pauli as suas guitarras e Eero o seu baixo na Austrália. Enviávamos arquivos e tentávamos criar algo, mas foi divertido tentar uma nova forma de fazer música. Entrevistador: Então mesmo apesar de viverem em lugares distantes, essa foi a primeira vez que vocês trabalharam remotamente? Lauri: Sim, porque eu acredito na interação com as pessoas, estar na mesma sala, se divertindo e passando o tempo juntos e talvez fazer algo de música, sabe? De modo que se divertir e aproveitar os bons momentos com os seus amigos é o mais importante, e depois algumas boas ideias poderiam chegar. Então eu fiquei realmente devastado no início, mas com a longa história e amizade que nós temos juntos - ainda somos melhores amigos depois de 25 anos - eu pensei que poderíamos contornar a situação e fazer isso. Talvez não fosse a melhor forma de fazê-lo, e inclusive em alguns momentos eu me senti isolado e solitário. Mas como artista eu pude usar isso a meu favor e pensar “ok, vamos ser criativos”, sabe? Isso poderia ser o tema do álbum, escrever sobre essas ideias e esses sentimentos, então também foi algo inspirador. Entrevistador: E afinal de contas, o The Rasmus sempre foi uma banda melancólica, algo triste, profundo e introspectivo. Você acha que esses tempos que ressoam com essa descrição, ajudaram você a escrever músicas mais ao estilo do The Rasmus? Lauri: Sim, definitivamente adicionou uma camada extra de melancolia. Porque já antes da COVID o meu conceito para o álbum era a solidão, e depois me dei conta de que todos nós estávamos na solidão, isolados uns dos outros, então fiquei como “ah, cara!” isso foi um presságio, sabe? Eu já estava trabalhando nesse conceito e então isso tudo aconteceu, foi estranho. Mas como eu disse, foi também um bom momento de cavar fundo no meu próprio interior. Eu passei um bom tempo com meus pensamentos, talvez até demais, em alguns momentos pensei que ficaria louco. Mas foi interessante cavar fundo e pensar na minha vida, em conceitos como o carma, no que eu já fiz na minha vida, que efeito causarei nos demais ou como isso afetará o futuro. E isso se tornou a ideia da canção Bones, que é o primeiro single. Ela é sobre o carma. Eu acho que cada canção do álbum tem um significado muito especial, elas não são somente algumas canções soltas ou histórias aleatórias. E eu realmente senti que devia escrever cada canção e expressar sentimentos específicos em cada pedaço, parecia significativo. De modo que talvez o fato de que nós não fazemos álbuns a cada ano, eles se tornam melhores, porque nós investimos um pouco mais de tempo vivendo e depois podemos expressar essas vivências através das canções. Sempre escrevemos 100 músicas e depois escolhemos 10 para que sejam as melhores. Nós tentamos fazer álbuns que sejam bons o tempo todo. Entrevistador: Entendo completamente, isso ajuda a imprimir mais vida em suas canções. E agora que você menciona Bones, algo que me chamou muito a atenção foi a letra. Acho que o som geral é algo que se esperaria do The Rasmus. Vocês nunca tiveram medo ou colocaram limitações no seu processo criativo, ao envolver novos elementos em seu som. Mas quanto à letra, no primeiro verso você está colocando uma situação na qual diz “o fim está escrito” e tudo está indo mal, nós podemos relacionar assim. No entanto, depois no refrão você canta “e toda vez que me beija, meu coração se transforma em pedra”. Portanto, quando esperávamos uma virada para algo mais positivo, você continua nas trevas. Então, o que você estava tentando dizer, especificamente, ao fazer essa mudança para o refrão? Não sei se você me entende, mas acho que quando você começa o refrão dizendo “e” ou “mas”, se espera algo diferente. Mas não foi assim, e isso o fez muito mais interessante para mim. Lauri: Uau, você realmente escutou a canção, eu fico muito feliz! Bom, eu normalmente não gosto de revelar muito sobre as intenções das canções porque isso as simplificaria. Mas existem muitas histórias pessoais ou situações nessa canção que eu vivi, e elas podem ser diferentes. Não é tudo sobre beijar ou ser infiel ou algo assim, mas podem ser coisas diferentes, inclusive pode ser algo entre os seus pais. Simplesmente saiu dessa forma, enquanto eu pensava no carma de diferentes perspectivas. Entrevistador: Agora, voltando a falar um pouco sobre o México, já mencionamos que seu último show foi aqui antes da pandemia, então o que você pode nos dizer a respeito dos seus fãs mexicanos? Sei que são especialmente intensos e isso não acontece com todas as bandas, então a que você acha que se deve isso vindo de um lugar tão diferente e distante do México? Sobretudo ao longo de 25 anos, o que isso significa para vocês? Lauri: Em primeiro lugar, desde a primeira vez que viemos ao México, acho que em 2003, eu me lembro de alguns rostos, algumas pessoas que conheci quando tocamos aí no Salón 21, um local de shows pequeno… Entrevistador: Um lugar que nem existe mais… Lauri: Sim, eu sei… Mas eu me lembro de certas pessoas, eu ainda as reconheço, que ainda vão nos esperar no aeroporto ou no hotel. Então é incrível que existam pessoas que tenham dedicado quase 20 anos das suas vidas à nossa banda. Eu respeito muito isso, é maravilhoso. Temos uma relação muito especial com o México, a maioria dos nossos seguidores no Instagram são daí. E inclusive nós seguimos trabalhando com muitas pessoas da equipe com as quais começamos, então é quase uma questão familiar. É sempre uma sensação agradável, como uma volta ao lar. Eles já sabem inclusive a quais lugares nos levar para comer ceviche e tacos. Mal posso esperar pra voltar porque é sempre incrível. E nós sempre reservamos tempo extra para aproveitar a visita, especialmente para os rapazes que viajam saindo daqui da Finlândia, é uma viagem muito longa então é bom aproveitá-la como férias e ir a lugares diferentes. Entrevistador: Então você diria que a relação especial é mútua, mas o que você acha que é o que você mais gosta do México? Lauri: Eu? Acho que é a sensação de se sentir bem-vindo. É um pouco chocante que as pessoas sempre querem te abraçar e te beijar, não sei como é agora com a COVID… Entrevistador: Tem sido uma luta constante, porque é parte da nossa natureza… Lauri: “Ahhh, eu quero muito te beijar, mas eu não posso!” Entrevistador: Sim, é sempre desconfortável, porque temos que nos perguntar se é ok cumprimentar, ou se é melhor de longe. Está sendo difícil… Lauri: Até mesmo na Finlândia, onde não costumamos nos beijar, também tem sido incômodo não saber direito se vai cumprimentar com o cotovelo ou o punho… Entrevistador: Então o calor humano é o que você mais valoriza de seus fãs mexicanos? Lauri: Sim, e a devoção, é uma sensação incrível. Ver aquelas pessoas crescerem com a gente, é uma coisa linda todas as vezes. Agora existem fãs que têm filhos e eu já conheço muitos deles, então é muito especial. Entrevistador: E agora os filhos deles se tornarão fãs do The Rasmus também... Lauri: Esse é o meu plano! Entrevistador: Agora falando sobre a Finlândia, já que você mencionou que está de volta à Finlândia nesse momento, eu acho que a cena do rock finlandesa sempre foi muito interessante para mim. Cresci escutando bandas como vocês ou o HIM, você pode me visualizar em 2003 indo a todos os lugares com meu gorro preto e se não fosse pela proibição da minha mãe, eu teria colocado penas pretas também. Então eu cresci escutando bandas finlandesas, mas agora vocês também têm bandas como o Blind Channel, que participaram recentemente do Eurovision. Então o que você acha dessa nova geração de bandas vindo de toda a Europa? Não necessariamente da Finlândia, mas eu entendo que vocês estão mais próximos do rock ou de gêneros alternativos do que nós latinos, pelo menos hoje em dia. Aqui não se escutam muitas novas propostas do rock no rádio, pelo menos na América Latina, exceto na Ruido Blanco obviamente, que é uma rádio onde apenas tocamos rock e alternativo 24x7. Mas não há muito espaço e depois quando você vê o Eurovision você escuta muito rock vindo da Europa. Então como você enxerga essa nova geração europeia e onde vocês acham que se encaixam nessa nova cena como uma banda sênior? Lauri: Bem, em primeiro lugar, estou super orgulhoso dos meus garotos da Finlândia, o Blind Channel! Tenho falado com eles algumas vezes e estou muito feliz por eles. Na verdade, eu tenho meu canal no YouTube onde faço alguns covers de músicas que foram importantes para mim ou que me inspiraram, e acabo de fazer um cover da canção deles junto com eles… Entrevistador: É parte das Bedroom Sessions? Lauri: Sim, exato. E acaba de sair, então espero que os fãs curtam bastante. Está muito legal! Entrevistador: Que ótimo! Sei que não temos mais muito tempo, então eu gostaria de encerrar essa entrevista com você primeiramente te agradecendo e depois pedindo que você nos dê uma pequena dica do que podemos esperar do próximo capítulo do The Rasmus. Lauri: Bem, sim, nós temos trabalhado muito, aproveitando que toda a banda está junta no mesmo país finalmente. Estávamos filmando videoclipes, tirando fotos e fazendo várias coisas do The Rasmus todos os dias, então temos muita coisa nova vindo por aí, fiquem muito ligados! Entrevistador: Ótimo, então finalmente você poderia mandar uma saudação para a Ruido Blanco? Sei que você já nos mandou um pequeno olá, mas poderia saudar a todos os ruidosos e ruidosas da Ruido Blanco? Lauri: Ruidosos e ruidosas? Entrevistador: Isso, exatamente, e depois o nome da estação é Ruido Blanco, então é um desafio… Lauri: Olá, sou o Lauri do The Rasmus, saudações a todos os ruidosos e ruidosas! Você está ouvindo a Ruido Blanco! Entrevistador: Foi perfeito, cara! Muito obrigado! Foi realmente um prazer ter essa oportunidade de falar com você, e eu não te desejo nada além do melhor para o próximo capítulo do The Rasmus. E apesar do seu último show ter sido aqui, nós estivemos esperando vocês desde que terminaram o show na Cidade do México. Estaremos esperando ansiosamente para que o The Rasmus volte com o novo álbum ao México! Lauri: Muito obrigado! Tenha um excelente dia, cara! Entrevistador: Igualmente, até mais! Obrigado! Tradução e postagem: Misael Beskow
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Na semana passada, Lauri participou de uma videochamada com a revista britânica Rock Sound, onde ele conversou sobre o lançamento do novo single Bones, sobre o próximo álbum, os planos futuros da banda e sobre como manter a criatividade no lockdown por meio de sua série de covers e performances no "Bedroom Sessions". Confira abaixo a tradução da entrevista na íntegra e, no final do post, o vídeo completo! Entrevistador: Ei pessoal! James Wilson Taylor aqui, da Rock Sound, esta é uma das nossas últimas videochamadas que gravamos. Estamos conversando com bastante gente no momento, enquanto estamos todos meio presos em casa, e estou feliz em dizer que temos Lauri do The Rasmus na linha. Como você está, cara? Lauri: Bem! É bom estar na Finlândia. Entrevistador: Sim! Eu disse que estávamos presos em casa, mas você consegue sair por aí. Isso é lindo, me conta, onde você está agora? Lauri: Estou andando nas ruas de Helsinki, acabei de ter uma reunião com os caras da banda, nós estávamos planejando o próximo videoclipe e um monte de outras coisas. Tem sido uma semana ocupada lançando uma nova música, é legal, coisas estão começando a acontecer de novo. Eu tenho um bom pressentimento. Tem sido um ano terrível para todos nós. Entrevistador: Sim, a gente meio que começou o ano do mesmo jeito, né? Eu espero que você, sua família, seus amigos e seus colegas da banda estejam se mantendo seguros e sãos durante toda essa loucura. Mas, parece que foi um período produtivo para você, cara, você tem trabalhado em muitas coisas de casa, pelo que parece. Lauri: Sim, tivemos que reorganizar muito as coisas porque tínhamos o estúdio reservado, na verdade, íamos gravar na Inglaterra, estávamos agendados ano passado, desde o início de maio. Então, de repente, a COVID começou a acontecer e tudo foi cancelado, e ficamos numa situação ruim porque eu moro no Havaí, o baixista, Eero, mora na Austrália, o resto dos caras na Finlândia, e o produtor na Inglaterra. Então tínhamos caras de todo o mundo precisando se comunicar através de telefones ou telas de laptop e decidimos tipo, ok vamos tentar fazer o álbum assim, nas telas, e não foi muito fácil pensar em fazer isso. Demorou um pouco para superar a raiva e aceitar que isso era a única coisa que podíamos fazer além de desistir, então decidimos fazer dessa forma, estávamos em continentes diferentes trabalhando no novo material. Entrevistador: Ah, isso é bem legal. Esta situação horrível tem acontecido, mas pelo menos acontece nesta época em que temos tecnologia para manter as coisas funcionando. Como foi a adaptação para essa nova metodologia de trabalho para vocês? Foi difícil para vocês no começo ou foi fácil pra vocês? Lauri: Eu não gosto de falar ao telefone, principalmente por mensagens de texto, etc. Eu acredito no contato físico e na química que acontece quando estamos juntos. Na maioria das vezes, as melhores ideias aparecem depois do dia que passamos no estúdio, quando a gente sai pra beber ou jantar. É assim que as melhores ideias surgem, então eu fiquei um pouco preocupado no começo, quando tudo começou. Mas depois isso meio que virou o tema, ou conceito pro álbum, estar separado ou vivendo nesse mundo louco, onde tudo é muito instável e ninguém realmente sabe o que está acontecendo. Então nós conseguimos capturar isso no álbum, o que se tornou uma ferramenta para nossa inspiração e eu fiquei muito feliz com os resultados. A gente sempre compôs músicas muito melancólicas mas agora tem um “tempero” a mais (risos). Entrevistador: Faz total sentido, é música para a época que estamos vivendo. E falando nisso, sobre as gravações, o single acabou de ser lançado, parabéns, “Bones” está aí pro mundo ouvir. Conte-me um pouco sobre como foi compor essa música e por que você queria que ela fosse o primeiro gostinho dessa nova era / álbum? Lauri: Na verdade, foi a primeira música que completamos, então essa música nasceu de uma forma muito natural, meio que estava lá no início e eu acho que quando algo assim acontece, você não precisa forçar. Parece certo, se pensamos que esta é uma boa música para começar. É um tipo de som um pouco diferente ao que estamos acostumados e, bem, não sou a melhor pessoa para escolher os singles. Normalmente, eu escolheria algo realmente estranho, porque eu me apaixono pelos detalhes, que as pessoas em posições maiores (produtores, por exemplo), nem ouvem. Estou muito próximo da minha própria música, alguns de nossos amigos disseram que essa é uma boa música, eu gosto dela e soa meio que uma música tema de James Bond (risos). Entrevistador: Ela tem meio que essa pegada mesmo, eu peguei isso. Tem um pouco dessa pegada ali. E o quanto ela indica o tom do que está por vir? Sabe, eu não sei o quanto você quer revelar mas a gente sabe, é claro, que tem um álbum, e ele está chegando, claramente refletindo os temas mais amplos do mundo ao menos um pouco. Mas estamos no mesmo território musical do single, ou o que... O que você acha que quer revelar sobre o que está por vir? Lauri: Eu não quero falar demais sobre isso ainda, mas o álbum está chegando no ano que vem, então... Eles não esperam, mas o que é normal pra gente é que sempre exploramos um pouco, sabe, diferentes tipos de produções. Tentamos escutar as músicas e deixar que elas cresçam no seu próprio sentido, sem ficar com medo que elas todas, sabe, meio que soem parecidas. Como se elas tivessem vida própria. Então vai ter tipos diferentes de músicas, todo tipo de coisa. E agora a gente só está trabalhando em algumas das últimas faixas, e pode ser que a gente tenha algumas colabs e coisas do tipo, mas eu não quero falar muito disso ainda. Entrevistador: Bem, uma coisa que a gente pode falar sobre então. Sabemos que a turnê está chegando, a turnê foi anunciada e eu tenho certeza que, como qualquer outra banda sob o Sol, vocês devem estar absolutamente desesperados pra voltar aos palcos na frente das pessoas. Me conta um pouco, você deve estar pensando sobre como esse próximo show ao vivo vai ser pra vocês, né? Lauri: Sim, essa é a cereja do bolo, as turnês e apresentações, concertos... Eu acabei de perceber o quanto isso me faz falta, sabe, e esse último ano foi tipo sentar em casa e escrever músicas, o que é ótimo mas eu nem tinha certeza se a gente ia conseguir mesmo voltar a fazer turnê, e eu fiquei realmente deprimido pensando nisso. Então agora que algumas das datas foram liberadas eu me sinto bem, é no final de 2022, o que é daqui a bastante tempo, mas pelo menos é algo de concreto esperando a gente. Temos muitos outros dias vindo por aí e acabamos de ter uma reunião com a banda, temos todas essas ofertas chegando, as coisas estão só começando pra gente com esse álbum então é muito excitante. Mas já que não foi possível fazer as turnês e apresentações, eu comecei uma coisa... Comecei a fazer essas lives no meu quarto, as chamo de "Bedroom Sessions", no YouTube. Eu só toco versões cover de músicas que foram importantes pra mim em algum ponto da minha vida, ou que me fizeram o músico que eu sou hoje, ou algumas faixas do The Rasmus que eu gosto. Então isso foi tipo a coisa mais próxima que eu pude fazer, essas pequenas gravações, e tem sido muito divertido. Eu acabei de começar, faz uns dois meses, mas é quase uma terapia pra mim e eu posso fazer em qualquer lugar, sabe? Estou na Finlândia agora, eu visitei a minha casa de campo e fiz um vídeo lá, a natureza me inspira muito. Tipo eu poderia fazer isso em turnê, no quarto do hotel, sabe, é bem divertido. Entrevistador: A última coisa que eu quero perguntar pra você é, falando de turnês e tudo mais, da última vez que vimos vocês aqui no Reino Unido foi na turnê de aniversário do Dead Letters. Foi um grande momento e eu acho que assim como a música está voltando e estamos ansiosos por esses novos shows, como você se vê nessa turnê? Porque parece... quer dizer, pareceu mesmo um momento real pra vocês particularmente no Reino Unido. Lauri: Sim, foi mesmo emocionante, sabe, aquele álbum é o álbum-chave da nossa carreira e foi muito divertido voltar para aquelas imagens e sentimentos. Eu via na plateia, sabe, as pessoas estavam vivendo aqueles dias de novo e é como um salto no tempo. Como uma máquina do tempo, voltar a 2004, 2003. Foi muito, muito legal e eu gostei muito. Eu também sempre gostei desse tipo de pensamento conceitual quando se trata de escrever música ou coisas do tipo, mas também funciona em uma situação ao vivo, sabe, voltar a uma era, pegar todas aquelas imagens de vídeo e, tipo... É muito, muito legal. Então eu espero fazer algo do tipo de novo no futuro, talvez daqui a 15 anos a gente possa fazer desse novo álbum, tipo voltar a ele, não sei. Entrevistador: Sim é uma área legal de se explorar, definitivamente funcionou muito bem. Bem, enquanto isso, parabéns pela nova música, estamos ansioso pra ouvir mais e saber mais detalhes, e é, ansiosos por todos esses shows da turnê e tudo mais. Desejo o melhor, aproveite a linda Helsinki onde você está agora. Lauri: Muito obrigado, foi bom conversar com você. Entrevistador: Obrigado a todos! Tradução: Amanda Benevides e Mariê Machado Postagem: Misael Beskow O site mexicano sopitas.com publicou anteontem uma matéria com Lauri, aproveitando a estreia do novo single Bones, onde ele contou um pouco sobre os planos da banda, o caminho de composição do próximo álbum e a sua carreira em geral. Abaixo segue a tradução do artigo na íntegra! 2021 não tem sido o ano de todos, mas felizmente não nos tem faltado música. Ao longo de todos esses meses, muitas bandas anunciaram seu retorno triunfante com shows programados para o futuro e principalmente com planos de lançamento de novos álbuns. No entanto, há quem surpreenda ao revelar que voltam depois de muito tempo sem lançar novas canções recém saídas do forno, como é o caso do The Rasmus. Como devem se lembrar, em 2017 a banda finlandesa lançou seu nono álbum, Dark Matters. Com este álbum eles saíram em turnê por grande parte do mundo e até visitaram nosso país um ano depois fazendo shows em Monterrey, Guadalajara e Cidade do México. Mas desde então, seu futuro - pelo menos para um próximo álbum - estava em espera, pois eles não davam sinais de vida, muito menos que estavam em estúdio. The Rasmus está de volta com uma nova música Para a surpresa de todos, no dia 14 de maio, o The Rasmus nos deixou surpresos ao estrear uma música chamada “Bones”. Com esta canção, um tanto dark e condizente com a época em que vivemos desde 2020, eles marcaram seu retorno triunfante, mas ainda assim o futuro do grupo e tudo o que farão ficou em suspenso por muito tempo. Mas não se preocupem, nós nos encarregamos de esclarecer muitas de suas dúvidas. É por isso que aproveitando o lançamento de seu novo single, tivemos a chance de conversar com o vocalista e frontman da banda finlandesa, Lauri Ylönen, que nos contou como foi voltar ao estúdio para gravar uma música, os planos que têm para este ano de lançar um novo álbum, a última apresentação que fizeram antes da pandemia no Vive Latino 2020 e, em geral, um balanço ao longo de sua enorme carreira de mais de 20 anos. O caminho para compor novas músicas Como mencionamos antes, já se passaram quase quatro anos desde que o The Rasmus nos apresentou seu nono álbum de estúdio, Dark Matters, e desde então seus fãs estavam esperando que eles lançassem novas músicas. Depois de muita incerteza, o que eles pediram foi finalmente atendido, mas desde o início não foi um processo fácil para a banda, pois eles tiveram que passar por muitas coisas para compor juntos novamente. “Fizemos uma turnê muito longa, tocamos muitas vezes até antes e depois de lançar um novo álbum, demos a volta ao mundo em algumas ocasiões. Então terminamos a turnê em março, que foi no show da Cidade do México e foi um grande festival, por falar nisso. Tivemos muito tempo e geralmente quando terminamos uma turnê ou enquanto estamos nela começamos a compor novas músicas e desta vez não foi uma exceção, eu escrevi muitas músicas nos últimos três anos para este álbum. Nós sempre tentamos fazer álbuns com músicas que achamos boas, não somos uma banda que diz 'ok, nós temos uma música legal' mas no fundo juntam tudo com puro lixo e lançam. Passamos muito tempo escrevendo o melhor possível. Eu acho que é importante se você tem uma carreira muito longa e para uma banda como a nossa, trabalhar um pouco como antigamente, quero dizer, a maneira de fazer discos e criar esses conceitos. É importante que os fãs tenham um ótimo álbum, a música é o mais importante e você não deve apressá-la”. The Rasmus e a curiosa história dos vírus que viveram no México O último show que o The Rasmus deu quando o coronavírus se tornou uma pandemia foi na Cidade do México, como parte da programação do Vive Latino 2020. Naquela época, eles não entendiam muito bem o que estava acontecendo e decidiram continuar com sua apresentação, mas o mais curioso é que não é a primeira vez que um vírus os pega em nosso país. Chame isso de coincidência ou não, eles passaram por momentos difíceis aqui. “Esse golpe foi estranho, porque a pandemia ainda não havia começado como tal. Na Europa muitos artistas pararam e disseram 'ok, talvez essa não seja a melhor ideia'. Na verdade, no Vive Latino estávamos nos bastidores dividindo o camarim com The Cardigans e, conversando, eles nos disseram que achavam que deveriam ir para casa no dia seguinte, mas disseram 'não sabemos se podemos voar ou se eles fecharam as fronteiras'. O sentimento era triste e foi um momento terrível porque a COVID começou a ser um problema sério e estávamos prestes a cancelar porque os casos haviam aumentado no México. Mas quando subimos no palco esquecemos tudo, eles foram um grande público e foi uma noite excelente para nós, nós realmente gostamos. Uma coisa semelhante aconteceu conosco anos antes. Tocamos no Auditório Nacional, tínhamos um show agendado e duas horas antes, já tínhamos feito a passagem de som e recebemos a notícia de que tinha um vírus maldito nas ruas (referindo-se ao H1N1 em 2009) e tudo foi cancelado. Não sei por que isso sempre acontece conosco no México, talvez sejamos nós”. Voltar com uma música sombria mas esperançosa Depois de encerrar abruptamente sua turnê no México, o The Rasmus tomou o máximo de tempo possível para compor novas canções. E a prévia de todo o trabalho que eles fizeram nesses meses foi “Bones”, uma música com uma vibe dark e que quando prestamos atenção na letra e na música percebemos que parece perfeita para tudo que passamos no último ano. Isso foi o que Lauri nos contou a respeito. “É inspirada por essa situação (a pandemia) de uma forma que, não foca tanto no coronavírus, mas quando tudo começou a fechar e todos estavam trancados em casa, passei muito tempo com meus próprios pensamentos. Repassei toda a minha vida e percebi que às vezes nadei em um mar de incertezas e pensei em coisas como destino, o carma, tudo que fiz nesta vida e o efeito que teve em muitas pessoas. Eu acredito em carma. Tudo o que faço tem influenciado outras pessoas e para mim é muito interessante pensar sobre esse tipo de coisa. Essa se tornou a ideia principal da música, comecei a imaginar o carma em diferentes situações. Não é apenas uma história, é como diferentes perspectivas da minha vida que talvez tenham acontecido comigo ou com pessoas próximas ao meu círculo. É importante reconhecer que o que você faz tem um efeito no mundo e ter isso em mente”. O que a banda pensa da música que temos hoje em dia? The Rasmus é uma das poucas bandas que podem dizer que ainda está viva depois de tantos anos na indústria da música. Apesar do fato de que graças a “In The Shadows” eles alcançaram fama mundial, com o passar do tempo e dos discos eles provaram ser mais do que um grupo “one hit wonder”. Eles viram todos os tipos de mudanças, desde a maneira como consumimos música até os gêneros que são ouvidos agora, mas o que Lauri acha do rock atual? “Acho que se presta a muitas interpretações. Quando começamos, o mundo era um pouco diferente, tinha um gosto diferente, o rock era diferente e até o pop era completamente diferente. Tudo muda constantemente e eu acho que faz parte da vida, é importante analisar diferentes tipos de música porque além do rock eu ouço coisas do eletrônico ao indie e pop. É interessante que as novas gerações tenham ideias novas que talvez se combinem com outras coisas além da música e é exatamente como deveria ser. Estou feliz por fazer parte dessa jornada, sabe? Aproveitar todas essas mudanças em vez de se assustar com elas. Na verdade, na Finlândia temos este concurso Eurovision e houve uma banda finalista chamada Blind Channel que se saiu muito bem durante a competição, e eles me fizeram sentir muito orgulhoso da Finlândia novamente, porque temos essas novas bandas legais em nosso país e de alguma forma eles estão redefinindo a cena do rock globalmente". “Tenho um canal no YouTube chamado 'Bedroom Sessions', onde faço covers de músicas que me influenciaram ou foram importantes na minha vida e, na verdade, duas horas atrás enviei um vídeo tocando uma música do Blind Channel e pedi para os caras tocarem comigo. Queria mostrar meu respeito por eles como banda porque eles tocam há muito tempo, então não é um sucesso imediato, nada vem de graça. Tenho orgulho dos meus meninos”. A maior satisfação de estar no The Rasmus Foram quatro anos intensos em que o The Rasmus não parou de tocar em todo o mundo e de compor sempre que teve a oportunidade. Claro que eles não são as mesmas pessoas e músicos que eram quando começaram neste negócio. Por isso o vocalista da banda finlandesa refletiu um pouco sobre tudo o que aprendeu ao longo dos anos e foi isso que ele respondeu a respeito. “Eu vejo como um todo, não são só os shows que fizemos ou a jornada que fizemos e tampouco a parte criativa, está tudo incluído, até as entrevistas; devo confessar que não gosto muito delas, sinto muito. Mas apesar disso acho que conversar com você e outras pessoas organiza minhas ideias e minha mente, não sou uma pessoa que goste de conversar tanto como estamos fazendo no momento, embora ter esse contato me faça bem porque me sinto conectado e consciente. Eu sou grato por viver esse tipo de vida, que de alguma forma rebelde eu fui capaz de largar a escola e simplesmente decidir tocar em uma banda. Corri esse risco e paguei, mas como disse antes, nada vem de graça. Têm sido tempos muito complicados, ganhamos e perdemos juntos como banda, mas os dois momentos são importantes e fazem parte da jornada. Eu o vejo como o emprego dos meus sonhos ou como você quiser chamá-lo, espero continuar nisso por muitos anos. Não quero desistir”. "Tudo o que nós passamos no último ano está resumido no álbum" - Lauri e Aki para Kaaos TV28/5/2021 No último dia 14 de maio, Lauri e Aki foram entrevistados pelo canal KaaosTV no YouTube, onde falaram mais detalhadamente sobre as inspirações para a composição do novo álbum e o lançamento do single Bones. Além disso, eles mencionam os planos para a turnê em 2022 e como a banda se organizou para realizar esse novo trabalho durante a situação difícil da pandemia. Abaixo segue a tradução da entrevista na íntegra, e no final do post está o vídeo ;D Entrevistador - Olá a todos! KaaosTv está hoje aqui no escritório da Supersong music e estamos aqui com Aki e Lauri do The Rasmus. Então, antes de tudo, olá pessoal e bem-vindos ao KaaosTv. Lauri - Obrigado. Bom te ver de novo! Aki - Sim, é bom te ver de novo, já se passaram, talvez, quatro anos? Entrevistador - Não, já se passaram apenas alguns anos, na verdade era 2019 quando nos falamos da última vez. Aki - É bom estar de volta! Entrevistador - Obviamente temos vivido tempos bastante interessantes recentemente, como tem sido esse ano para vocês? Lauri - Sim, tem sido difícil. Você sabe que temos todos esses planos, já havíamos reservado o estúdio em maio do ano passado. Estávamos indo para a Inglaterra para gravar o novo álbum e de repente o corona aconteceu. Na verdade, nosso último show foi na na Cidade do México em março do ano passado. Entrevistador - Logo antes dessa pandemia. Lauri - Sim, todos nós tínhamos planos do tipo, ok, agora vamos nos preparar para o estúdio, vou fazer essa boa produção e tudo mais e então tudo foi encerrado. E aí tivemos que repensar, como diabos vamos fazer isso agora? Nós vamos conseguir? E então decidimos tipo, ok, vamos tentar... vamos tentar trabalhar remotamente porque eu moro no Havaí e Eero, o baixista, mora na Austrália e Aki e Pauli moram na Finlândia. O produtor mora na Inglaterra e a gravadora está na Suécia, então é uma espécie de loucura. Então decidimos, ok, vamos tentar, vamos trabalhar remotamente e só conseguiremos nos ver na tela do celular ou laptop e foi tipo, isso é tão ruim, sabe? Estamos acostumados a ter essa interação na mesma sala e ter uma reação rápida às coisas, toda aquela energia e tudo mais, então, de repente, estamos com uma conexão ruim em um fuso horário diferente e tentando escrever um obra-prima, o que foi realmente difícil. Aki - Sim, acho que você disse que não vamos conseguir fazer isso, não vai ser bom. Ele estava gravando sozinho todos os vocais no Havaí e estávamos esperando o novo material vindo do Lauri. Ele nos enviou os novos vocais e nós meio que o pressionamos a fazer isso. No começo você estava tipo eu não sei, eu não vou fazer isso, é muito difícil ou algo assim, mas de repente ficou mais fácil ou de alguma forma você conseguiu. Lauri - Sim, acho que tomei o remédio certo (risos). Foi difícil e você sabe, quando você tem suas expectativas e tipo, eu recebo energia dos caras que eu conheçe, estando juntos, mesmo que seja só eu quem está cantando os vocais, eu sei que eles estão lá no estúdio ouvindo, mas se eu estou sozinho no Havaí e sei que nesse momento os caras estão dormindo na Europa, então eu me sinto tipo... Foda-se! Agora estou tão sozinho. Você não recebe aquele feedback instantâneo do que você está fazendo, então foi difícil no começo, mas de qualquer maneira, eu acho que nós meio que tentamos fazer disso um tema para o álbum, aquela distância e essa separação, e afinal foi uma coisa bela e emocional de se ter, porque nos conhecemos tão bem depois desses 25 anos tocando juntos, e ainda que seja fácil de manter contato, apesar de todos estarem longe de você, fomos capazes de seguir em frente e todos nós temos vivido em um ano muito difícil, todos nós. Então foi uma boa inspiração para nossa música melancólica. Aki - E também temos sorte de não ser uma banda nova, então nos conhecemos muito bem, o que tornou tudo mais fácil, quero dizer, não consigo imaginar uma nova banda nesta situação, morando em países diferentes, foi fácil para nós. Eu também estava gravando bateria aqui em Helsinque, no Atomic Bomb Studios, com Nina Lauren e o produtor na tela do celular ou notebook o tempo todo, mas eu meio que gostei, considerei um desafio, tocar faixas de bateria realmente boas e mostrá-las para os caras porque eu realmente acho que fiz um ótimo trabalho no estúdio e fiquei muito orgulhoso de mandar pra eles. Esta é a bateria do primeiro single e acho que os caras também gostaram, e também não houveram problemas no estúdio, tudo foi bem confortável e legal, eu fiz minha atmosfera lá como se fosse "dia de bateria", você sabe, eu estava realmente focando nas gravações. Lauri - Sim, eu meio que criei novos hábitos para entrar no clima e captar o sentimento. Eu moro no Havaí, é bem diferente, la é ensolarado e as pessoas falam de surfe e você ouve reggae por toda parte, tem churrascos e festas e... Entrevistador - E aí temos Corona no mundo todo, então é assim, meio misturado. Lauri - Eu sei, mas você sabe, é que não é o meu tipo de cenário. Gosto de estar lá, amo a natureza e tudo mais, mas queria trabalhar. Na verdade, tenho um pequeno espaço de trabalho, tenho um quarto minúsculo que estou alugando e eu ia lá basicamente no meio da noite, então fiz meu alarme tocar às 4:00 da noite, então como ainda é noite e eu ainda estou meio dormindo, vou para meu quarto escuro e começo a tocar neste tipo de "Twilight Zone" para entrar no clima certo, e meio que funcionou para mim, porque se eu apenas for à praia e fizer algo assim, não consigo escrever a música do The Rasmus. Eu tinha que gostar de criar essa atmosfera para mim mesmo. Aki - Mas para ser sincero, eu fiquei um pouco preocupado quando vi seu Instagram de todas as manhãs, tipo 4:00 da manhã, ele estava andando lá fora, eu estava tipo, oh meu Deus o que é que esse cara está fazendo? Fiquei preocupado com isso, ele explicou que tem acordado muito cedo e tem ido trabalhar de manhã. Eu estava tipo ok, isso é estranho, cara estranho, mas sabe? (Risos) Lauri - Uma parte disso foi porque eu conheci um cara que era meu amigo no Havaí e ele gosta de meditação, algo espiritual e ele estava me dizendo que acordava todas as noites às 4:00 para fazer a meditação e então voltava a dormir. É como os monges fazem, sabe? No mosteiro ou algo assim. Eles acordam muito cedo para fazerem algo. E eu pensei, oh, eu tenho que tentar isso e talvez funcione com a minha música ou algo assim, sabe? E realmente funciona. Entrevistador - Você acha que isso se refletiu no álbum de alguma forma? Lauri - Eu acho que sim, muito. E também, tudo é estranho, como no meu espaço de trabalho é nos fundos de uma sala industrial, então eu tinha que andar até lá e é meio assustador e silencioso, com ganchos pendurados no teto, e eu gosto de ir lá no meio da escuridão, sabe, no meio da noite e isso me deixa no clima certo para compor músicas. Entrevistador - Ok, falando sobre trabalhar com o produtor nessa época, foi uma experiência difícil? Ou vocês já conheciam o produtor antes? Aki - Antes de começarmos o processo de gravação, nós o conhecemos. Entrevistador - Ok então isso faz uma grande diferença. Aki - Sim, tínhamos um plano muito bom, como ele (Lauri) disse, fomos à Espanha duas vezes. Primeiro só com a banda e depois na segunda vez levamos o produtor conosco, então o conhecemos muito bem. Nós também íamos à sauna juntos, todos pelados, e nós cozinhamos para ele e ele cozinhou para nós, foi como se fosse uma viagem escolar divertida. Entrevistador - Sim, porque isso significa muito nestes tempos. Realmente conhecer o produtor e ele conhecer suas piadas e suas personalidades, caso contrário, será bem difícil. Aki - Com certeza, mas acho que esse cara odeia nossas piadas em vez de gostar delas (risos). Ele mora no Reino Unido, mas é originário da Dinamarca, então essas piadas escandinavas meio que são parecidas. Entrevistador - Então, falando sobre o próximo álbum, você o escreveu completamente durante essa época do Covid ou foi parcialmente escrito antes de toda essa tempestade chegar? Lauri - Parcialmente escrito antes, quer dizer, às vezes as ideias levam anos para se desenvolver e encontrar sua forma, mas a maioria das coisas foi definitivamente escrita no ano passado, especialmente as letras. Quase tudo foi escrito no ano passado durante esses tempos, então eu acho que pode ser lido muito nas entrelinhas, sabe, esse tipo de sentimento e desespero. Entrevistador - Então você sentiu que foi como se fosse uma sessão de terapia para você? Compondo este álbum, você sentiu uma espécie de fuga da realidade quando estava criando música? Lauri - Sim, definitivamente é importante, pelo menos para mim, não parar, em vez disso fazer coisas neste tipo de situação, porque não podemos ir para a estrada, não podemos fazer shows. Entrevistador - Então você pode facilmente se sentir triste estando em casa. Eu acho que é muito melhor fazer algo criativo do que apenas ficar em casa. Lauri - Sim, eu fiz muitas músicas além de música do The Rasmus, comecei meu canal de bedroom sessions no YouTube, tem sido divertido, eu quero me sentir próximo da experiência de tocar em um show ao vivo e isso é talvez o mais perto que eu posso chegar disso, então eu toco esse tipo de versão ao vivo de músicas que têm sido importantes na minha vida. Entrevistador - Então você pensa nelas muito antes ou é apenas como algo que você simplesmente decide que quer fazer isso e você faz? Lauri - Eu pensei sobre as músicas que eu gostaria de tocar, porque há músicas que são como a trilha sonora da minha vida de certa forma. Mas, eu só vou lá de madrugada e começo a praticar a música. Eu não sou um pianista muito bom ou algo assim, então eu mal consigo terminar a música e eu apenas gravo e depois lanço lá para que você tenha aquele sentimento de fragilidade com aquilo. Entrevistador - O sentimento original do rock. Lauri - Sim, tem sido divertido e também terapêutico fazer isso, são músicas dos Beatles ao Slayer e, claro, as músicas do The Rasmus. Eu fiz várias versões de músicas antigas do The Rasmus, então sim, esse é o meu pequeno hobby. Entrevistador - Então o primeiro single que vocês vão lançar na sexta se chama Bones, mas antes de falarmos sobre isso, vocês já tem um album finalizado, todo pronto ou ainda tem algumas coisas que vocês precisam adicionar? Aki - Bem, nós temos um monte de músicas prontas, mas também estamos trabalhando mais nas músicas agora. Mas eu acho que sim, acho que será concluído em breve. Mas é uma sensação fantástica, sabe, quando temos muitas músicas prontas e decidimos quais músicas vão para o álbum e quais vão estar no álbum. Entrevistador - Uma coisa boa dessa época de corona é que agora você tem tempo para pensar sobre as coisas e se você precisar escrever uma nova letra, no meio da música ou no meio do álbum, você pode fazer isso, mas é claro que também é perigoso. Porque é sempre assim que a gente pensa (em refazer)? Aki - Sim, "vamos fazer isso de novo". Lauri - Isso acontece. Se demorar muito, assim, é bom mas... Entrevistador - Você analisa demais. Lauri - É. E você faz outra coisa. É melhor tentar capturar esse momento e acho que agora estamos superando essa coisa de corona. Pelo menos agora parece estar melhor, então eu acho que tudo o que nós passamos no último ano está resumido no álbum e isto é um capítulo de livro do The Rasmus sabe, e então ir em frente e fazer outra coisa da próxima vez, pra tipo encerrar essa parte. Entrevistador - Então como eu já mencionei, a primeira música que será lançada na sexta se chama Bones, e vocês podem contar um pouco da faixa, é algo que foi finalizado como a primeira música do álbum, ou há algum significado mais forte por trás da faixa? Lauri - Bom, essa música fala sobre karma, e eu mencionei mais cedo que eu conheci um cara que é tipo espiritual e ele me levou a esses tipos de pensamentos, pensamentos profundos sobre karma e todo esse tipo de coisas como busca pessoal e esse tipo de coisa, eu tive muito, talvez muito tempo para entrar nos meus pensamentos no último ano e o karma é uma coisa interessante, eu acredito nisso tanto, tipo, qualquer coisa que você faça na sua vida tem um significado, e se eu olho pra trás na nossa carreira e penso em todas as decisões que tomamos e as coisas e fizemos, tudo teve alguns efeitos em muitas coisas, sabe, na vida de muitas pessoas, como na de muitos dos nossos fãs. Entrevistador - Eu acho que vocês ouvem bastante essas histórias quando estão na estrada. Lauri - Sim, talvez isso vá mais para o lado do destino, mas enfim, apenas pensando nesses pensamentos profundos e karma é um deles, então eu realmente senti que era uma boa combinação com as melodias e essa música veio muito facilmente ,e é sempre um bom sinal, você não precisa se esforçar ou pensar muito, soa praticamente pronta quando nasceu. Aki - E eu acho que foi uma das primeiras faixas que nós terminamos. Entrevistador - Okay, e isso foi te dando uma orientação para onde seguir. Aki - Sim, uma dessas músicas chave como dizemos. Lauri - É difícil escolher o single, eu nunca quero fazer isso. Entrevistador - São todos seus bebês. Lauri - Sim, meus bebês. Entrevistador - Você tem que escolher um. Aki - Você se apaixona por eles por diferentes razões, eu quero dizer, você pode se apaixonar pelo som ou por um pedaço da letra, ou outra coisa, é realmente difícil, e eu acho que como banda nós somos muito ruins escolhendo os singles e eu sempre voto na errada ou algo que eu não sei. Lauri - Sim, eu digo, quando foi hora de escolher por exemplo In The Shadows ou outra coisa, eu não escolhi aquela, eu escolhi outra coisa. Aki - Então, eu votei em Guilty. Lauri - Eu também! Lauri - E eu fiquei tipo ok, eu acho que foi uma boa escolha, sabe, alguém disse “não não caras, essa é A música” então, ok, tanto faz. Entrevistador - Você alguma vez duvidou do que outras pessoas diziam a vocês. Lauri - Bem, é bom ter uma opinião de fora. Aki - Por sorte temos pessoas em quem confiamos sabe, entre nós. Lauri - Sim. Entrevistador - Pessoas que sabem a história toda da banda. Lauri - Sim, da gravadora, temos um cara que estava conosco há 20 anos atrás, mais de 20 anos atrás, então nós confiamos nele completamente com esse tipo de coisa, quando o álbum está pronto é divertido dá-lo a outra pessoa com audição fresca. Entrevistador - Escutar as cegas seu próprio material, então eu acho que essa é uma das razões de ser tão difícil de escolher um single. Lauri - E uma coisa, já não falando do álbum, nós tocamos para muitas pessoas diferentes, muitas pessoas tem favoritos diferentes, então não é somente uma música que todo mundo fala “oh, essa é A música”, e é interessante, eu acho que é um bom sinal, eu espero. Entrevistador - Sim, claro porque se as pessoas têm opiniões diferentes é sempre bom, nunca é bom se todo mundo acha que as mesmas faixas são as melhores. Aki - Muitas bandas focam somente nos singles, eu acho que é uma coisa muito positiva que nós tenhamos uma variedade de músicas e as pessoas escrevam as suas favoritas e isso se espalhou, e isso fez um álbum forte. Entrevistador - O álbum inteiro é forte. Aki - Absolutamente. Lauri - É realmente bom pensar em álbuns, nós somos uma banda à moda antiga nesse sentido, nós gostamos de criar como conceitos e nós temos tudo em volta do mesmo tema quando o álbum sai, é ótimo, funciona e também é uma boa ferramenta pra escrever algo, pois quando você decide “okay, é isso”, como nós tivemos o nome do álbum que eu não vou falar agora, mas nós tivemos isso numa etapa muito cedo, então é bom nós termos todas essas peças e estão começando a se juntar nas nossas mentes, tipo, sobre o que é, e aí você começa a escrever, então começa a ter mais significado. Aki - É bom fazer em frames ou um storyboard para o álbum também, então nós temos um título e daí algumas fotos ali e algumas demos ali, então de repente nós todos vemos claramente e temos a mesma visão e o mesmo objetivo que estamos tentando alcançar. Entrevistador - Então ali há pelo menos um pequeno conceito por trás do álbum. Lauri - Sim, há, mas agora eu acho que nós focamos na primeira faixa e devagar revelamos o álbum no próximo ano quando for a hora de lançar. Entrevistador - Então obviamente, o próximo grande evento, esperamos que para todos nós, será quando vocês irão fazer um show em agosto. Aki - Ainda está no calendário. Entrevistador - Sim, ainda está no calendário, e eu pelo menos estou esperançoso que aconteça afinal, então o quanto vocês estão esperando pra voltar aos palcos de novo e fazer um show. Aki - Bem, eu acho que pelo menos pra mim é o motivo pelo qual eu faço isso, eu realmente amo estar em turnê e tocar nos shows e com esses caras é uma sensação incrível, é algo que você não pode obter em nenhum outro lugar, é simplesmente aquele momento, com todos os erros e todas as coisas divertidas e tudo aquilo, sabe, é simplesmente incrível, eu tenho pensado muito nisso, diariamente, no último ano. Entrevistador - Todos os alienígenas viciados chegando lá e tendo seus picos de adrenalina. Aki - Então, eu aproveito mais do que falando com os jornalistas, e é uma parte da minha vida, grande parte do meu estilo de vida, eu realmente curto, eu sinto falta, pra ser honesto. Lauri - Da última vez nós tocamos no México, mais de um ano atrás foi último show, então eu percebi “Oh meu Deus nós precisamos começar a praticar logo. Aki - Isso é bem verdade. Lauri - Nós assumimos. Aki - Nós estamos nos perguntando ontem “nós devemos ir a sala de ensaios?”. Lauri - Agora é um momento raro, o Eero chega hoje, acho que hoje mais tarde, então nós estamos todos no mesmo país, na verdade foi bem difícil trazer o Eero aqui, ele mora na Austrália. Entrevistador - E eles são muito estritos. Lauri - Eles são super estritos, houveram todas essas cartas de todos explicando porque precisamos dele aqui, eles não liberaram ele facilmente. Aki - Não são somente regras, são leis. Lauri - Então pra mim foi muito fácil do Havaí pra cá, eu só tive que preencher muitos formulários, fazer testes e essas coisas. Eero está vindo esta noite então agora é bem legal nós podemos nos reunir em alguns dias depois que ele sair da quarentena e ficar a par das notícias. Entrevistador - Sim, claro. Então obviamente como nós já mencionamos, se passou um ano, quase um ano e meio desde os ultimo shows propriamente ditos, então se vocês pudessem ver qualquer banda fazendo um show, qual banda vocês gostariam de ver depois dessa pandemia e porque? Aki - Tem algo em mente? Lauri - Nós justamente falamos de Red Hot Chilli Peppers, antes disso, e essa é uma das bandas que nos influenciaram, especialmente no começo, eles parecem sempre se divertir no palco. Entrevistador - Com certeza sim. Lauri - Eu sinto que, qualquer banda, não importa, tipo o Evanescence está fazendo uma grande turnê, eu acho que esse ano. Eu acho que as pessoas estão tão desesperadas pra ver alguns shows, então você não precisa nem ser o maior fã, é somente “eu só vou lá e me divertir nos shows” sabe, quando as portas abrem as pessoas ficam loucas. Entrevistador - Sim claro. E quanto a você (Aki), tem alguma banda em mente? Aki - Bem, Red Hot Chilli Peppers é realmente uma boa escolha porque eles não tem uma faixa de fundo, eles só sentem a música e tocam o que querem, eles improvisam, é muito louco. Entrevistador - 100% rock. Aki - Sim, mas eu estava assistindo alguns clipes do Coldplay, e eu acho que eles realmente sabem como se desenvolver e manter isso, eu digo, eles estão desenvolvendo o seu som, como se diz, um quebra cabeças num padrão, eles realmente criam algo novo todo o tempo, e eu acho que é uma das bandas que eu gostaria de ver, pois como eles tocam “Yellow” que é baseado na banda e como eles mudam um set para quase um set de dj no palco, isso seria realmente interessante de ver, então eu escolheria Coldplay. Entrevistador - Então, antes de encerrarmos eu quero perguntar a vocês um pouco sobre o futuro, como vocês o vêem, tem a próxima primeira turnê propriamente dita, vocês vão fazê-la no próximo ano em outubro. Lauri - Nós divulgamos as datas da turnê, haverão mais datas chegando, em therasmus.com você pode conferir os shows e será uma certa espera, por que será no final de 2022, então é mais de 1 ano esperando até a turnê começar, mas a razão para isso é que nós estamos viajando de um país para o outro basicamente durante toda a noite, então será muito difícil se nós precisarmos de três dias de quarentena entre cada show. Entrevistador - Sim, restrições de fronteiras. Lauri - Isso é basicamente impossível, então nós precisamos esperar até que as coisas melhorem um pouco. Nós temos muitos fãs na América Latina, e infelizmente no momento a situação lá está grave, por exemplo no Brasil, e parece bem ruim, eles estão tendo um momento difícil, eu deixo meus desejos que tudo melhore em breve, mas nós temos que adiar um pouco. Entrevistador - Sim, esperar que esteja seguro para os fãs. Lauri - Sim, porque se nós dissermos que vamos fazer esse ano e tivermos que mudar, não seria justo. Aki - Claro que nós esperamos adicionar muito mais shows, mas vamos ver como as coisas se desenvolvem, eu realmente espero que tudo abra em breve e nós possamos ser livres novamente. Entrevistador - Acho que isso é o que todos nós esperamos. Então muito obrigado pela conversa e desejo o melhor para o futuro. Há algo que vocês gostariam de dizer, as últimas palavras para todos os fãs ao redor do mundo assistindo isso mais tarde? Lauri - Bem, nós sentimos muito a falta de todos vocês, confiram a nova música, Bones, e haverão mais vindo em breve, confiram o Instagram do The Rasmus e therasmus.com, esses são os lugares para shows e tudo mais e todas as informações. Fiquem bem e saudáveis. Aki - Vemos vocês em breve! Tradução: Amanda Benevides e Jacqueline Costa Postado por: Misael Beskow "Karma pode ser bom e ruim: tudo o que vai, volta. é um velho clássico!" - Lauri para iltalehti.fi14/5/2021 O site iltalehti.fi publicou uma matéria muito legal com o Lauri, onde ele fala um pouco sobre a sua vida em família no Havaí e sobre o processo de gravação do novo álbum durante a pandemia. Abaixo segue a tradução do artigo na íntegra. Créditos ao The Rasmus International pela divulgação da matéria e pela tradução finlandês-inglês! Esta é a vida havaiana cotidiana de Lauri Ylönen com sua amada Katriina e seu filho - ele acorda às quatro da manhã e sai pela porta. Lauri mudou-se para o Havaí há alguns anos. Agora ele fala sobre como é a vida cotidiana em uma ilha paradisíaca e como é fazer música lá. Nas primeiras horas da manhã, a casa está silenciosa. Os outros ainda estão dormindo quando Lauri Ylönen, 42 anos, sai da cama e pula porta afora. A poucos passos de distância há uma sala de trabalho - uma cabine adequadamente sombria - onde ele se senta a uma mesa para criar música. Às vezes, as horas da manhã são produtivas; às vezes ele apenas fica mordendo os lábios. De qualquer maneira, o café é louvadamente consumido. Por volta das onze horas, as obras foram embaladas e a porta se fecha atrás do artista. É hora de andar de skate com o filho Oliver, de três anos. A vida havaiana é pacífica, voltada para a família e animada. Afinal, o local é o berço da famosa sabedoria Huna. Vida paradisíaca A ilha natal de O’ahu vibra com uma atmosfera relaxante da vida na ilha. Ylönen se apaixonou pelo Havaí depois de visitá-lo pela primeira vez há 14 anos. Naquela época, era sobre mochilar com um cara. No próximo verão, fará dois anos da mudança para o paraíso. Antes disso, Lauri Ylönen vendeu uma luxuosa casa em Sipoo por 2,2 milhões de euros, onde originalmente deveria morar com sua amada Katriina. O casal viajou há três anos em férias para O’ahu - isso deu origem a uma mudança completa e espontânea na vida deles. - "Pensamos que poderíamos morar lá. Arrumamos nossas coisas e partimos. Esta é uma aventura - não tenho explicação melhor!" Lauri Ylönen comprou uma casa para a família em uma torre na praia. A casa fica em uma área moderna e em crescimento, a uma distância conveniente do centro turístico. - "É mais agradável do que Los Angeles. O Havaí tem muitas famílias fazendo churrasco, tocando reggae e pessoas surfando. Se falamos sobre o clima em Los Angeles, falamos sobre o clima do surf no Havaí", compara Lauri, que morava na Califórnia há algum tempo. A natureza é robusta e bela - já foram feitas longas caminhadas até a praia e a orla das crateras. Há um sorriso na voz do músico. Ao mesmo tempo, entretanto, ele admite que tem sido difícil entrar em sintonia com um estado de espírito criativo na pressão cruzada da vida com uma criança pequena e o ano com o coronavírus. - "É por isso que esse escritório escuro é importante para mim. Se você trocar fraldas e tentar fazer algo para um futuro clássico, então não é fácil", ele aponta. - "O Havaí também é muito longe, do outro lado do mundo em relação à Finlândia, e com seu surfe não é inteiramente um cenário para nós. Tem sido difícil encontrar uma alma gêmea e eu sinto falta dos companheiros de banda". O poder da música Os biorritmos de Lauri Ylönen no ano do coronavírus estavam completamente confusos. Quando o álbum começou a ser feito remotamente, foi demais para um homem com um vínculo tão antigo. Afinal, é uma forma especial de fazer música, já que os membros da banda estão em três continentes diferentes. - "Tem sido muito pesado mentalmente quando tudo é incerto", o músico descreve seus sentimentos. - "Eu rapidamente percebi que não vale a pena começar a chorar. Encontramos um software por meio do qual podemos fazer música de diferentes fusos horários ao mesmo tempo", diz Ylönen. The Rasmus está se preparando para o seu 10º álbum de estúdio, a ser lançado no próximo ano. O primeiro single após um hiato de quatro anos se chama Bones, e fala sobre aprender com o Karma. O tema sempre esteve na mente de Ylönen durante o ano passado. - "Tenho pensado no que conquistei na vida e como isso afetou as pessoas ao meu redor. Karma pode ser bom e ruim: tudo o que vai, volta. É um velho clássico!", pondera Lauri Ylönen. Ele diz que pensou muito sobre seus pais aposentados e a selvagem passagem do tempo. - "Sinto como se estivesse olhando para o meu pai tempos atrás, quando ele fez 40 anos, e me perguntando se ele era um cara velho. Aqui estou eu na mesma situação!" - "Meu pai é uma pessoa extremamente positiva. Muitas vezes me perguntei se ainda teria pelo menos metade dessa alegria quando chegasse nos meus setenta anos. Mesmo que tudo acabe hoje, ficaria muito grato por isso". Um alívio para o momento tem sido fazer canções para o canal do Youtube chamado Bedroom Sessions, de sucessos do The Rasmus a vários covers. Verão na Finlândia O tempo mais maravilhoso foi passado com a família no Havaí. - "Ando de skate todos os dias com meu filho Oliver, ele puxa um kickboard e eu puxo um skate atrás dele. Todas as noites vamos assistir ao pôr do sol na praia". Também fez Ylönen pensar sobre seus valores na vida. - "No Havaí, a família desempenha um papel maior. Vamos ficar mais juntos. Satisfeito com menos popularidade e menor nível de renda, mas estando com a família. Tem sido instrutivo o que é mais importante nesta vida. É sobre se você pesa milhões em uma conta ou se passa tempo com sua família". No entanto, ele teve que se despedir de seus familiares por um tempo. As praias e palmeiras do Havaí agora deram lugar para a agitação de Helsinki. Lauri Ylönen diz que veio para a Finlândia no verão para fazer música. Ao mesmo tempo, ele se aproxima do filho Julius, de 13 anos. - "Vim em viagem de negócios, mas procuro ver meu filho Julius o máximo possível. Por causa do coronavírus, tivemos que nos separar por muito tempo. Foi uma coisa terrivelmente pesada. Agora é maravilhoso poder passar algum tempo com ele", planeja Lauri. Tradução e postagem: Misael Beskow
Ontem, Lauri foi entrevistado no programa "Puoli seitsemän" da YLE Areena, na Finlândia, como parte da divulgação do novo single Bones. Abaixo segue a tradução de um dos trechos abordados na entrevista, com algumas curiosidades sobre a vida de Lauri no Havaí. Créditos ao The Rasmus Support Mexico pelas informações!
Lauri Ylönen, o personagem principal do The Rasmus, disse que tomou muitas decisões repentinas em sua vida. Assim como a mudança de paisagem no meio do Oceano Pacífico. Ele se mudou para o Havaí com sua esposa Katriina e seu filho Oliver há três anos, e acha que a decisão foi muito bem sucedida. - "A ilha tem sua própria atmosfera. Pode soar clichê, mas realmente há reggae e ukulele, as famílias gostam de fazer churrasco nos parques, e lógico, surfar ali", disse ele no programa Puoli seitsemän. Quase em todas as partes do mundo já é possível encontrar algum tipo de comunidade finlandesa. Quando está longe, os compatriotas desconhecidos se tornam surpreendentemente importantes. Segundo Lauri, algumas centenas de finlandeses também moram no Havaí. - "Era o mesmo quando morávamos na Califórnia, e muito rapidamente nos convidaram para eventos conjuntos com a ajuda do Facebook - Hey, vamos, estamos fazendo bolos da Carélia (uma região Russa)". A "panelinha" finlandesa também celebrou o Dia da Independência e o Natal no Havaí, e os amigos estadunidenses se encantaram com a delicada e triste canção Varpunen (Pardal, em português) na manhã de natal. - "Perguntaram porque somos tão conversadores, mas eles simplesmente não se dão conta da história", Lauri sorriu. E o que seria dos eventos finlandeses sem pão de centeio? - "Não faz muito tempo, pedimos um grupo de pão de centeio finlandês e doces finlandeses em uma loja online, porque a Finlândia tem os melhores doces. O pedido pesava 28 libras (aproximadamente 12 quilos) quando chegou". - "Se não houver pão de centeio no congelador, vai ser desconfortável". Abaixo está o vídeo da entrevista na íntegra (disponível também no site da YLE): Tradução: Jacqueline Costa Postado por: Misael Beskow Hey, soldiers! Como vocês estão? Hoje recebemos a newsletter de maio do The Rasmus, onde a banda faz alguns anúncios. O primeiro é sobre a live de sexta-feira, 14/05/2021, quando eles também irão lançar o novo single, Bones, e também a agenda de shows para 2022. Para vocês não ficarem de fora dessas novidades nós trouxemos uma tradução, na integra, abaixo. Confiram! Newsletter de maio |
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